|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2002
A convite de amigo de Sarney, petista aceita debater com ex-ministros e oficiais de alta patente
Lula estreita laços com militares
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, consolidará sua aproximação com os
militares em encontro no próximo dia 13 no Rio de Janeiro. Lula
aceitou convite para debater com
ex-ministros militares, oficiais da
ativa e da reserva e diplomatas.
Os temas são o papel das Forças
Armadas, a defesa nacional e a
política externa. Lula atenderá a
chamado da Fundação de Altos
Estudos de Política e Estratégia,
da Escola Superior de Guerra
(ESG), presidida pelo general
Leônidas Pires Gonçalves, que diz
que o convite foi enviado a todos
os candidatos, mas só o petista
confirmou presença até agora.
Leônidas Pires Gonçalves foi
ministro do Exército de 1985 a
1990, em todo o governo José Sarney. O senador maranhense
anunciou há duas semanas apoio
à candidatura Lula. Gonçalves nega vínculo entre uma coisa e outra. "Sou grande amigo dele, mas
ninguém está optando por A, B
ou C. Nunca vi Lula na minha
frente. Não digo quem apóio, porque voto é secreto."
Outro integrante do alto escalão
militar do governo Sarney -o general Ivan de Souza Mendes, que
comandou o Serviço Nacional de
Informações- já afirmou que
pretende votar no petista.
O debate de Lula na ESG será
mais um gesto de boas relações do
petista. Na semana passada, ele
havia elogiado o crescimento econômico no governo Médici (1969-1974) e nesta semana confirmou
reunião com Aureliano Chaves,
vice-presidente do general João
Baptista Figueiredo (1979-1985).
"Temos um diálogo positivo
com as Forças Armadas, sem a visão da necessidade de abrir coisas
do passado. Temos com eles conversas de alto nível, que não passam apenas pela questão salarial,
mas por um orçamento compatível com a missão que têm", afirma o deputado José Genoino, um
dos interlocutores do PT com os
integrantes das três Forças.
As dificuldades orçamentárias
das Forças Armadas facilitaram a
aproximação de Lula com os militares, que vem sendo costurada
desde a elaboração do programa
de governo do petista em maio.
No texto foi incluída a defesa do
"reequipamento material" das
Forças Armadas e a afirmação de
que o petista "reforçará, modernizará e prestigiará" as tropas.
"As Forças Armadas encontram-se com poucos recursos,
não sendo capazes de oferecer a
seus contingentes a formação e os
meios compatíveis com as exigências da defesa nacional. É imperativo que o novo governo proponha ao Congresso Nacional um
debate sobre o papel das Forças
Armadas no período", diz o programa petista.
O ministro da Defesa, Geraldo
Quintão, não será convidado para
os debates com os presidenciáveis, segundo a Folha apurou. O
orçamento do ministério no ano
passado foi de R$ 20,7 bilhões,
numa despesa total dos Três Poderes de R$ 950,2 bilhões. Em
2000, o ministério tinha orçado
R$ 20,1 bilhões numa despesa total de R$ 616,4 bilhões. Esse é um
exemplo dos militares para queixar-se da necessidade de mais investimentos.
Texto Anterior: Legislação: Governadores têm poder de editar medidas provisórias, afirma STF Próximo Texto: Mídia: Pesquisa já mostra Serra com 21% e Ciro com 20% Índice
|