São Paulo, sábado, 05 de setembro de 2009

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Governo planeja usar debate para rachar oposição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao ressuscitar no debate do pré-sal a discussão sobre estatização e privatização, o governo aposta num racha da oposição na votação dos projetos do marco regulatório enviados ao Congresso.
A avaliação é que PSDB e PPS tendem a se dividir, sobretudo na discussão sobre o modelo de exploração do petróleo: o de concessão, proposto no governo Fernando Henrique Cardoso e vigente até hoje, ou o de partilha, proposto para o pré-sal.
Por ora o discurso mais crítico sobre o mérito das propostas do governo está concentrado no DEM. O PSDB insiste na bandeira de que os projetos não podem ser votados com a urgência pedida por Lula. Mas, sobre o mérito, as reações até agora foram cautelosas. Há divisão também na base do governo.
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirma que "o partido não tem compromisso com qualquer modelo, precisamos de tempo para discutir".
A briga em torno do papel do Estado foi utilizada para abalar a campanha tucana no segundo turno da eleição de 2006. À época, o PT obteve vantagem ao insinuar que Geraldo Alckmin (PSDB) privatizaria estatais, como Banco do Brasil e Petrobras.
Embora, nos bastidores, admita reflexos nas votações do pré-sal, a oposição rejeita a tese de que o debate possa ser estendido até 2010. "A história não se repete. Não vamos cair nisso, não dá para ficar neste reducionismo barato", disse o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP).


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