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Ministros cogitam tirar licença para fazer campanha em MG
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pelo segundo dia consecutivo, ministros se mobilizaram
em Brasília a favor da reeleição
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. Em reunião na casa de
Hélio Costa (Comunicações),
os 17 ministros presentes decidiram que vão se empenhar e
alguns podem até se licenciar
para fazer campanha.
Temeroso de perder no segundo turno, Lula tem se reunido com governadores aliados
e ministros para distribuir missões eleitorais nos Estados. Ele
quer aumentar a votação nas
pequenas e médias cidades, sobretudo em Minas e nas regiões
Nordeste e Sul, a fim de compensar o que julga seu calcanhar-de-aquiles: São Paulo,
maior colégio eleitoral do país.
De acordo com um auxiliar
direto, a avaliação de Lula é que
São Paulo, Estado que foi decisivo para a realização do segundo turno, continuará a votar
majoritariamente em Alckmin.
Daí Lula avaliar que precisa
compensar essa fragilidade aumentando votos no Sul, em Minas e no Nordeste. E acredita
que a melhor forma é a mobilização de caciques regionais e
ministros para tentar influenciar seus liderados políticos em
pequenas e médias cidades.
Para evitar acusações de uso
da máquina, os ministros fizeram consulta a Jorge Hage
(Controladoria Geral da União)
para que ela responda até hoje
o formato legal do afastamento,
se férias, licença ou exoneração
para posterior recondução.
Ontem, Costa, Patrus Ananias (Desenvolvimento Social)
e Walfrido Mares Guia (Turismo), todos mineiros, avaliavam
se compensava sair dos postos
para atuar no Estado.
"Tivemos uma vitória muito
bonita em Minas com mais de 1
milhão de votos na frente e
queremos aumentar essa margem para, no mínimo, 2 milhões de votos", disse Costa. Ele
disse que Lula "não quer interrupção das ações de governo" e
que os ministros aguardarão
autorização para afastamento.
Tarso Genro (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff
(Casa Civil) disseram que a reunião foi feita na hora do almoço
para não atrapalhar o expediente ministerial. Afirmaram
ainda que, fora do horário de
trabalho, os ministros participarão da campanha de Lula.
"Os ministros podem se envolver fora do horário de trabalho. Até porque, em todas as
campanhas, em todos os governos, todos os ministros participaram ativamente das demais
campanhas. Eu só queria saber
porque na nossa vez não pode",
disse a ministra.
Dilma disse que "gostaria
muito de ir ao Rio Grande do
Sul trabalhar pelo Olívio [Dutra, do PT]". Ela disse que Lula
orientou aos ministros que se
afastem e façam campanha,
mas que ele analisará eventuais
pedidos de férias.
(ADRIANO CEOLIN E KENNEDY ALENCAR)
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