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Relator recomenda cassação de Suassuna
Para Jefferson Péres, senador do PMDB deve ser punido por "condescendência criminosa" com esquema
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Relator do processo no Conselho de Ética, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) recomendou ontem a cassação do
mandato do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) por "condescendência criminosa", devido
ao envolvimento de seu ex-assessor Marcelo de Carvalho
com a máfia dos sanguessugas.
Para o relator, Suassuna também se beneficiou do esquema.
O senador Wellington Salgado (MG), que substituiu Suassuna na liderança do PMDB,
pediu vistas do parecer e pretende apresentar um relatório
alternativo, sugerindo uma punição mais branda.
Suassuna não conseguiu se
reeleger. Se o pedido de cassação for aprovado pelo Conselho
de Ética e depois pelo plenário
do Senado, ele perderá seus direitos políticos por oito anos.
Péres não encontrou provas
do envolvimento direto de
Suassuna na quadrilha nem indícios de que ele tenha recebido parte da propina paga a seu
assessor. O caso foi encaminhado ao Conselho de Ética pela
CPI dos Sanguessugas, que
também pediu a cassação dos
senadores Serys Slhessarenko
(PT-MS) e Magno Malta (PL-ES), além de 69 deputados.
O então assessor de Suassuna
recebeu R$ 222,5 mil da família
Vedoin. Ao se defender, Suassuna atacou Péres. "Está bonito
o parecer, mas está subjetivo. O
relator quer arranjar um símbolo e eu não me presto a esse
papel", disse o senador, que
chegou a chorar.
Ele ainda acusou Péres de
empregar a mulher em seu gabinete. "Ela nunca recebeu um
centavo. Não queira levar para
o lado pessoal", disse o relator.
Marlídice é juíza aposentada.
"Sou acostumada a trabalhar a
vida inteira. Para não ficar palitando os dentes ajudo meu marido", justificou ela.
O fato de Péres ter afirmado
em seu relatório que não há
provas de envolvimento direto
de Suassuna com a máfia dos
sanguessugas abre uma brecha
para que o PT e outros partidos
da base aliada votem contra sua
cassação.
"Se o senhor fosse juiz em um
país com pena de morte todos
seriam guilhotinados", disse
Salgado, que pretende apresentar um relatório alternativo.
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