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CRISE DO DOSSIÊ
Discussão sobre dossiê divide governistas e oposição na CPI
Petista e tucano trocam ataques sobre investigação
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Sanguessugas reproduziu ontem o embate que
governo e oposição devem travar, até o dia 29, em torno do
caso do dossiê antitucano. Em
uma sessão que nem quórum
tinha, a discussão foi polarizada entre petistas que exigiam
investigação sobre o conteúdo
do dossiê e tucanos que cobravam elucidação sobre o uso de
R$ 1,7 milhão, por petistas, para
tentar comprar as informações.
"Essa comissão precisa tirar
o véu de hipocrisia e investigar
o que tinha nesse dossiê. Por
que queriam pagar R$ 20 milhões por ele?", afirmou o deputado Eduardo Valverde (PT-RO), se referindo à suposta tentativa de tucanos de comprar o
dossiê que estava sendo negociado pelos Vedoin, chefes da
máfia dos sanguessugas.
O sub-relator da CPI, Carlos
Sampaio (PSDB-SP), em tom
exaltado, afirmou que Valverde
tentava deturpar os fatos por
meio de "raciocínios sem nenhuma concatenação". E desafiou Valverde a ir a Cuiabá para
ouvir os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilhas. O deputado respondeu que teriam
que ouvir também o ex-ministro Barjas Negri. "E o Humberto Costa, aquele, o criminoso?",
exaltou-se Sampaio.
"A disputa política chegou à
CPI. O que posso fazer é tentar
evitar ao máximo que ela prospere", disse ontem o presidente
da comissão, Antonio Carlos
Biscaia (PT-RJ).
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