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Maioria da população não está representada por vereadores
DA REDAÇÃO
Embora a eleição para a Câmara Municipal seja regida pelo sistema proporcional, a
maioria dos eleitores de São
Paulo não está, de fato, representada por nenhum vereador.
Nas eleições de 2004, só 29%
dos eleitores da cidade votaram
em um candidato à Câmara que
acabou sendo eleito, e outros
9% votaram em legendas que
elegeram vereadores. A grande
maioria, 62% dos eleitores, não
está representada por nenhum
legislador, seja porque esses
eleitores não votaram (15%),
votaram em branco ou anularam o voto (9%), seja porque
votaram em candidatos e em
legendas derrotadas (38%).
Isso compromete a legitimidade da Câmara? Não necessariamente. Não há sentido em
atribuir representantes àqueles que, tendo a oportunidade
de escolher, decidiram não fazê-lo. E, diante de um número
limitado de vagas, é perfeitamente razoável que sejam escolhidos os mais votados. Cabe
lembrar que os candidatos eleitos eram, em geral, mais representativos que os demais: os 55
eleitos tiveram 2.280.751 votos,
soma próxima aos 2.437.765
votos dos 1.148 derrotados.
A eleição para vereador se
baseia no sistema proporcional, no qual a distribuição das
cadeiras acompanha a distribuição dos votos. É o modelo
que permite a melhor representação das minorias, já que a
distribuição das cadeiras acompanha a distribuição dos votos,
desde que os partidos alcancem
um patamar mínimo de votos.
No caso da Câmara, esse patamar é expresso pelo quociente eleitoral -a divisão do número de votantes pelo número
de cadeiras a preencher. Mas,
como o número de votos recebidos pelas legendas nunca é
um múltiplo exato desse quociente eleitoral, sobram cadeiras não preenchidas, que são
distribuídas apenas entre os
partidos que já conquistaram
vagas na Câmara.
Essa é uma distorção. Mas
ela já foi maior. Até 1997, os votos em branco eram contados
como válidos, o que elevava o
quociente eleitoral e prejudicava as pequenas legendas.
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