São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lula fala sobre Haiti e cobra cooperação

ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Em discurso ontem na sessão inaugural da reunião do Grupo do Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou países da América Latina e do Caribe a atuarem "conjuntamente" na reconstrução do Haiti, pela reforma do Conselho de Segurança da ONU e contra "práticas discriminatórias" do comércio mundial.
Lula, que falou por exatos dez minutos, não citou nominalmente Cuba, mas fez questão de repetir a necessidade de um amplo diálogo entre os países.
"Temos hoje a clara consciência de que os conflitos e os problemas que enfrentamos são maiores e mais complexos do que a nossa capacidade de equacioná-los individualmente. Nenhum país pode prescindir do diálogo e da cooperação." E completou: "Espero que o encontro possa comprovar a nossa capacidade de atuar conjuntamente e oferecer as respostas concretas reclamadas por nossos povos".
No evento, Lula reivindicou a reforma no Conselho de Segurança da ONU, algo que já se tornou rotina em seus discursos diante de outros chefes de Estado. "A presença de países em desenvolvimento entre seus membros permanentes é fundamental para assegurar a legitimidade e representatividade dos órgãos dedicados à segurança coletiva."
Uma das principais bandeiras do Itamaraty é reformar o conselho para conquistar uma cadeira definitiva no órgão. Atualmente, só Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China são membros permanentes no conselho.
Para justificar a reforma, Lula disse que o mundo encontra-se num "momento decisivo", em que a comunidade internacional é convocada para "refletir" sobre a "atualização da estrutura política de preservação da paz".
Em relação ao Haiti, onde há quatro meses o Brasil chefia uma missão de paz da ONU, ele cobrou de novo uma participação mais ativa da comunidade internacional. "É preciso que a comunidade internacional se mobilize para atender às necessidades prementes do povo haitiano."
E fez uma cobrança direta aos chefes de Estado presentes no evento: "A nossa solidariedade regional está sendo testada na grave crise por que passa o Haiti".
Ontem, antes de falar, Lula ouviu o discurso de seu colega peruano, Alejandro Toledo, no qual disse que os países devem "estender a mão solidária ao Haiti".
Lula falou da necessidade de ação internacional contra a fome e a pobreza e das recentes conquistas brasileiras na OMC (Organização Mundial do Comércio). (EDUARDO SCOLESE e ANDRÉ SOLIANI)


Texto Anterior: Planalto tira citação a Cuba de discurso
Próximo Texto: Chávez critica resultados dos encontros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.