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Chávez critica resultados dos encontros
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, criticou os encontros de cúpula em nota distribuída ontem aos jornalistas
que acompanham a reunião do
Grupo do Rio. "Muito se fala
nessas cúpulas, mas pouco se
faz. Uma vez eu disse que andamos de cúpula em cúpula, e
os povos, de abismo em abismo", afirmou o venezuelano.
A nota reproduz declarações
dadas por Chávez às 6h30 na
avenida Atlântica, avenida
principal da praia de Copacabana, na zona sul do Rio, onde
acabara de se exercitar. No documento, Chávez atacou os
EUA, mas não se referiu à reeleição de George W. Bush.
"A "american wild life" [vida
selvagem americana, na tradução literal], maldita seja, [é] o
caminho ao inferno. Eles querem nos impor bombas e baionetas, [mas] dizemos não, como disse Eduardo Galeano [escritor uruguaio]. Nós dizemos
não à morte, não à guerra, não
à hegemonia, não ao imperialismo. E dizemos viva a vida,
viva as crianças, viva a gente e
os povos", afirmou Chávez.
O presidente da Venezuela
defendeu que o Grupo do Rio
debata o combate à pobreza na
América Latina. Ele pregou a
"troca do modelo capitalista
por um modelo social, de economia humana, que produza
riqueza e a distribua por igual
entre todos".
"Temos que trocar os modelos políticos por verdadeiras
democracias populares, participativas, igualitárias, onde todos sejamos iguais de verdade,
não só da boca para fora", disse
o presidente venezuelano.
Chávez falou das dificuldades que acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
terá para erradicar a fome no
Brasil. "Lula disse: pobreza zero. Dissemos: de acordo. E repetimos: fome zero. Dizer é
muito fácil, agora, fazer, como?
No sistema capitalista? Impossível, vãs ilusões."
Chávez deixou o Sofitel, na
praia de Copacabana, pouco
depois das 6h, acompanhado
de cerca de 25 seguranças. Depois de correr, queixou-se da
sujeira da areia, elogiou o amanhecer -"que lindo"- e conversou com meninos de rua.
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