São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

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Chávez critica resultados dos encontros

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, criticou os encontros de cúpula em nota distribuída ontem aos jornalistas que acompanham a reunião do Grupo do Rio. "Muito se fala nessas cúpulas, mas pouco se faz. Uma vez eu disse que andamos de cúpula em cúpula, e os povos, de abismo em abismo", afirmou o venezuelano.
A nota reproduz declarações dadas por Chávez às 6h30 na avenida Atlântica, avenida principal da praia de Copacabana, na zona sul do Rio, onde acabara de se exercitar. No documento, Chávez atacou os EUA, mas não se referiu à reeleição de George W. Bush.
"A "american wild life" [vida selvagem americana, na tradução literal], maldita seja, [é] o caminho ao inferno. Eles querem nos impor bombas e baionetas, [mas] dizemos não, como disse Eduardo Galeano [escritor uruguaio]. Nós dizemos não à morte, não à guerra, não à hegemonia, não ao imperialismo. E dizemos viva a vida, viva as crianças, viva a gente e os povos", afirmou Chávez.
O presidente da Venezuela defendeu que o Grupo do Rio debata o combate à pobreza na América Latina. Ele pregou a "troca do modelo capitalista por um modelo social, de economia humana, que produza riqueza e a distribua por igual entre todos".
"Temos que trocar os modelos políticos por verdadeiras democracias populares, participativas, igualitárias, onde todos sejamos iguais de verdade, não só da boca para fora", disse o presidente venezuelano.
Chávez falou das dificuldades que acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá para erradicar a fome no Brasil. "Lula disse: pobreza zero. Dissemos: de acordo. E repetimos: fome zero. Dizer é muito fácil, agora, fazer, como? No sistema capitalista? Impossível, vãs ilusões."
Chávez deixou o Sofitel, na praia de Copacabana, pouco depois das 6h, acompanhado de cerca de 25 seguranças. Depois de correr, queixou-se da sujeira da areia, elogiou o amanhecer -"que lindo"- e conversou com meninos de rua.


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