São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

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MARCO HISTÓRICO

Monumento foi reposto em local onde Marighella foi morto pela ditadura

Guerrilheiro é homenageado em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O guerrilheiro Carlos Marighella, morto há exatos 35 anos, foi homenageado ontem em São Paulo com a recolocação da escultura de granito, que é o marco oficial de sua morte, no seu local de origem -na altura do número 815 da Alameda Casa Branca, em São Paulo.
No local, Marighella, fundador da Ação Libertadora Nacional, foi morto no dia 4 de novembro de 1969, após uma emboscada do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), durante o regime militar.
A colocação do marco foi autorizada em 1999 pelo então prefeito, Celso Pitta. Pouco depois, problemas com moradores que não aceitaram conviver com a peça fizeram com que ela ficasse guardada.
Projetada pelo arquiteto Marcelo Carvalho Ferraz, o monumento é uma pedra de granito, com 400 kg e 1,5 m de altura, com a inscrição: "Aqui tombou Carlos Marighella, em 4/11/1969. Assassinado pela ditadura militar". O secretário municipal de Cultura, Celso Frateschi, reconheceu o direito dos moradores que não concordam, mas afirmou que o monumento ficará no local conforme prevê o decreto 38.569/99.
A companheira do guerrilheiro, Clara Charf, participou ontem da solenidade acompanhada pela neta Maria Marighella.
Clara defendeu a abertura dos documentos da ditadura. "Há muito o que ser explicado, não só no caso do Marighella, mas em relação as outras famílias."
O crítico literário Antonio Candido também fez uma homenagem a Marighella. "Ele pagou o tributo mais alto e mais nobre que um homem pode pagar que é dar a própria vida por seus ideais. De maneira que é justo que ele tenha se tornado um grande símbolo coletivo."


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