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Haiti serve de exemplo sobre atuação militar
DA SUCURSAL DO RIO
A atuação das Forças Armadas do Brasil na Minustah
(Missão das Nações Unidas
para a Estabilização do Haiti) é freqüentemente usada
como exemplo para defender o emprego de tropas em
segurança pública no país. O
Brasil comanda desde 2004
força de paz internacional.
A diferença é que no Haiti
os militares brasileiros estão
legitimados pelo mandato de
paz da ONU, enquanto no
país falta respaldo legal para
atuarem. O tema é controverso e sempre que há uma
situação de emergência de
segurança inicia-se nova discussão jurídica. Daí a iniciativa do ministro Nelson Jobim de alterar o estatuto facilitando a intervenção das
Forças Armadas.
"Dentro do Plano Estratégico de Defesa há questionamento da Garantia da Lei e
da Ordem. É evidente que
em comparação com o Haiti
[é difícil] porque o trabalho
lá é sob o mandato da ONU. A
diferença fundamental é o
estatuto jurídico da tropa.
No Brasil, é diferente. Não
estou afirmando que vamos
fazer isso [usar tropas em segurança]: queremos abrir a
discussão, para a partir da
discussão criar determinada
doutrina, determinada linha", afirmou Jobim.
A Folha acompanhou no
Haiti operações das tropas
da ONU em favelas. Em março, após dois anos e nove meses de missão, os capacetes
azuis tomaram a maior favela de Porto Príncipe, Cité Soleil, 300 mil habitantes.
No país caribenho, os militares da ONU seguem regras
de engajamento (procedimento) rígidas, que provavelmente seriam adotadas
em caso de uso de tropas em
favelas no Brasil. As normas
visam a evitar o uso excessivo ou desproporcional de
força, visto que se trata de
uma missão de paz, e só atirar em pessoas armadas e em
alvos identificados.
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