São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

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Em jantar, Dirceu trata com Maria Conceição de nomes para governo

LEONARDO SOUZA
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em um jantar informal, no restaurante Lagash em Brasília, os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Jaques Wagner (Trabalho), juntamente com a economista petista Maria da Conceição Tavares, trataram na noite de sábado de indicações para cargos no governo, como as presidências do Banco do Brasil e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Pelas conversas, a economista pareceu ter ficado encarregada de convencer alguém já convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aceitar o comando do Ipea. "Fala com ele [sem mencionar o nome da pessoa" que é para ele aceitar. É um pedido do presidente", disse Dirceu a Conceição, chamando-a no canto, pouco antes de deixarem o restaurante.
Conceição é ligada a economistas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Unicamp, onde já foi professora e tem vários discípulos.
Dirceu, que foi para o restaurante no carro oficial do ministério, estava descontraído. Ora tratava de assuntos mais sérios de governo com Wagner e Conceição, ora conversava amenidades.
Ao pagar a conta, ele comentou que não gostava de nota de R$ 100 porque costuma confundi-la com a de R$ 1, conforme presenciou a reportagem da Folha.
A forma como Lula pronuncia o sobrenome do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, também foi motivo de brincadeiras à mesa. Imitando a pronuncia do presidente, diziam que Lula não fala o nome do ministro corretamente, "Palotchi" (em italiano).
Em alguns momentos, no entanto, o tom ameno deu lugar a uma certa ansiedade. A economista chegou a dizer que, se o governo não cumprisse certas metas, sem especificar quais, a situação para Lula ficaria muito difícil.
A conta, já incluída a taxa de serviço, foi de R$ 332, o que deu a soma de R$ 66,4 por pessoa (Dirceu e Wagner e as respectivas mulheres e Maria da Conceição).
No cardápio, depois da salada de figo como entrada, costeleta de carneiro como prato principal, a R$ 35,90 cada um. De sobremesa, torta de nozes. Para acompanhar a comida, foram consumidas duas garrafas do vinho chileno Gran Tarapacá, a R$ 57,70 a unidade. Dirceu e a mulher foram os primeiros a chegar, por volta das 22h. Os cinco deixaram o restaurante às 24h10.



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