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Em jantar, Dirceu trata com Maria
Conceição de nomes para governo
LEONARDO SOUZA
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um jantar informal, no restaurante Lagash em Brasília, os
ministros José Dirceu (Casa Civil)
e Jaques Wagner (Trabalho), juntamente com a economista petista
Maria da Conceição Tavares, trataram na noite de sábado de indicações para cargos no governo,
como as presidências do Banco
do Brasil e do Ipea (Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada).
Pelas conversas, a economista
pareceu ter ficado encarregada de
convencer alguém já convidado
pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva a aceitar o comando do
Ipea. "Fala com ele [sem mencionar o nome da pessoa" que é para
ele aceitar. É um pedido do presidente", disse Dirceu a Conceição,
chamando-a no canto, pouco antes de deixarem o restaurante.
Conceição é ligada a economistas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Unicamp, onde já foi professora e tem
vários discípulos.
Dirceu, que foi para o restaurante no carro oficial do ministério, estava descontraído. Ora tratava de assuntos mais sérios de
governo com Wagner e Conceição, ora conversava amenidades.
Ao pagar a conta, ele comentou
que não gostava de nota de R$ 100
porque costuma confundi-la com
a de R$ 1, conforme presenciou a
reportagem da Folha.
A forma como Lula pronuncia o
sobrenome do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, também foi
motivo de brincadeiras à mesa.
Imitando a pronuncia do presidente, diziam que Lula não fala o
nome do ministro corretamente,
"Palotchi" (em italiano).
Em alguns momentos, no entanto, o tom ameno deu lugar a
uma certa ansiedade. A economista chegou a dizer que, se o governo não cumprisse certas metas, sem especificar quais, a situação para Lula ficaria muito difícil.
A conta, já incluída a taxa de
serviço, foi de R$ 332, o que deu a
soma de R$ 66,4 por pessoa (Dirceu e Wagner e as respectivas mulheres e Maria da Conceição).
No cardápio, depois da salada
de figo como entrada, costeleta de
carneiro como prato principal, a
R$ 35,90 cada um. De sobremesa,
torta de nozes. Para acompanhar
a comida, foram consumidas
duas garrafas do vinho chileno
Gran Tarapacá, a R$ 57,70 a unidade. Dirceu e a mulher foram os
primeiros a chegar, por volta das
22h. Os cinco deixaram o restaurante às 24h10.
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