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SANTO ANDRÉ
Prefeito contradiz versão de Promotoria sobre desentendimentos
Petista defende segurança de Daniel
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de Santo André (SP),
João Avamileno (PT), ouvido em
caráter informal pela delegada
Elisabete Sato, que investiga o assassinato de Celso Daniel (PT),
disse que desconhecia qualquer
inimizade ou briga entre o petista
morto e o empresário e ex-segurança Sérgio Gomes da Silva.
A Promotoria Criminal de Santo André apontou o ex-segurança
como o mandante do assassinato.
Durante a reunião, na sexta-feira passada, Avamileno afirmou
que Daniel sempre confiou no ex-segurança e também no ex-secretário municipal e ex-vereador
Klinger Luiz de Oliveira Souza
(PT) -apontado pela Promotoria como envolvido num suposto
esquema de cobrança de propina
na prefeitura da cidade.
A versão de Avamileno é conflitante com a denúncia do Ministério Público. Segundo promotores,
servidores da prefeitura relataram
uma séria discussão mantida entre Daniel e Klinger dias antes do
crime. O então prefeito teria vetado a pretensão de Klinger de se
apresentar como candidato à sucessão dele pelo PT.
O órgão diz ainda que a relação
entre Daniel e Gomes da Silva não
era tão tranqüila. No apartamento do petista morto, foi encontrado um dossiê sobre a evolução patrimonial do ex-segurança.
A reunião com a delegada do
78º Distrito Policial de SP ocorreu
no gabinete do prefeito e foi intermediada pelo senador Eduardo
Suplicy (PT-SP). Avamileno foi
vice-prefeito na primeira gestão
de Daniel (1997-2000) e na segunda (2001-2002). Assumiu o cargo
após o crime.
Familiares
A Promotoria ainda estuda a
possibilidade de ouvir o irmão caçula de Daniel, Bruno, no processo que apura a morte. Após receber ameaças de morte, Bruno mudou-se para o exterior com a mulher e os três filhos.
Segundo Bruno e o irmão João
Francisco, as ameaças começaram dias depois de os dois participarem de uma acareação na CPI
dos Bingos com Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
ex-assessor de Daniel.
Na acareação, em outubro do
ano passado, os irmãos afirmaram que a morte de Daniel está ligada ao esquema de corrupção na
prefeitura, que teria como objetivo financiar campanhas do PT.
Os irmãos disseram que ficaram
sabendo do esquema por meio de
Carvalho.
Klinger e Gomes da Silva negam
terem participado de qualquer esquema de propina. Carvalho afirmou que a acusação é falsa.
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