São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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Ex-primeira-dama resiste, mas recebe intimação

da Reportagem Local

Nicéa Pitta resistiu a receber ontem uma intimação do delegado Itagiba Antonio Vieira Franco do Diprocom (Divisão de Proteção Comunitária).
Vieira Franco pretende ouvir a ex-primeira-dama sobre seu suposto envolvimento com os funcionários fantasmas da Anhembi.
Dois investigadores tentavam entregar a intimação para a ex-primeira-dama durante o dia de ontem. A entrada deles no prédio não foi permitida inicialmente.
Eles tentaram entregar a intimação por meio de um dos policiais que fazem a segurança de Nicéa Pitta, mas não foi possível. Nicéa devolveu a intimação sem assinar.
No final da tarde, depois que todos jornalistas já estavam em seu prédio, ela autorizou a entrada de um dos investigadores, que pegou a assinatura de Nicéa sob luzes e flashes de câmeras. Ela disse que não os recebeu antes, pois estava fazendo fisioterapia.
A ex-primeira-dama não permitiu que jornalistas da Folha, do "Agora São Paulo", de "O Estado de S. Paulo" e do "Jornal do Tarde" entrassem em seu apartamento para a entrevista, atualmente diária, que concede por volta das 16h.
O delegado Vieira Franco afirmou que seus investigadores não sairiam do prédio até que a intimação fosse recebida. "Isto não é cabeleireiro em que ela pode escolher a hora", disse.
Além dos investigadores do Diprocom, um delegado da 1ª seccional levou uma intimação para que cinco funcionários do prédio onde mora Nicéa compareçam para depor.
O delegado Jorge Carrasco está investigando as supostas negociações de compra e venda de votos para evitar o impeachment de Pitta na Câmara Municipal.

Sem depor
O delegado João Batista Araújo, do 14º DP de São Paulo, também aguardou ontem Nicéa Pitta, mas ela não compareceu para prestar depoimento no inquérito aberto a pedido do secretário municipal de Transportes, Getúlio Hanashiro. É a segunda vez que Nicéa não comparece para depor.
Na primeira vez em que faltou, Nicéa estava prestando depoimento ao Ministério Público e não pôde comparecer.
Ontem, sua advogada Andréa Micheline foi à delegacia e afirmou que, por ter assumido o cargo na terça-feira, precisava de tempo para estudar o caso. Nicéa deve depor na sexta-feira.
Ela está sendo processada sob acusação de injúria, calúnia e difamação, conforme a Lei de Imprensa.
A ex-primeira-dama acusou o secretário dos Transportes de cobrar propina dos vereadores para que fosse autorizada a colocação de pedágios nas marginais.
Nicéa Pitta disse que entregou ao Ministério Público uma cópia do "Diário Oficial" que comprovaria um suposto superfaturamento nos aluguéis pagos pela Secretaria de Assistência Social a algumas creches municipais.


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