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CUSTO ELEITORAL
Comissão aprova R$ 700 mi a eleições
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
O projeto que estabelece o financiamento público de campanha passou ontem pela primeira
etapa de tramitação na Câmara.
Por unanimidade, a Comissão de
Finanças aprovou o projeto que
destina recursos públicos em torno de R$ 700 milhões, o equivalente a R$ 7 por eleitor no país, para uso em campanha eleitoral pelos partidos políticos.
Como o projeto tem caráter
conclusivo, de acordo com as
normas legislativas, não há necessidade de a proposta ser votada
pelo plenário da Casa, exceto se
houver recurso com esse objetivo.
O projeto deverá ser votado na
CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça) antes de seguir para o Senado.
Os recursos para as campanhas
estarão previstos no Orçamento
da União. O montante (R$ 700
milhões) é igual ao gasto do governo previsto para este ano com
compra de medicamentos de
combate à Aids.
O projeto, de autoria do deputado federal Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP), atual ministro da Secretaria Geral da Presidência, fixa
limites, hoje inexistentes, para os
gastos de campanha eleitoral.
Se for aprovado, passará a vigorar apenas para as eleições de
2002. Nas eleições municipais de
outubro, permanecem as regras
anteriores para financiamento de
campanha.
O candidato a presidente da República poderá gastar R$ 15 milhões, os candidatos a governador
terão R$ 8 milhões, e os postulantes a prefeito, R$ 5 milhões.
A proposta fixa o valor máximo
de R$ 300 mil para as campanhas
para deputado federal, estadual e
distrital e de R$ 250 mil para o
candidato a vereador.
O projeto aprovado proíbe doações de empresas a candidatos,
inclusive por meio de publicidade. O financiamento privado só
poderá ser aceito no caso de os recursos públicos a determinada
campanha não atingirem os limites estabelecidos no projeto.
Essa complementação só poderá ser feita por doação de pessoas
físicas ou por recursos próprios
do candidato.
Nas eleições passadas, pelo menos 180 deputados eleitos receberam doações de empreiteiras.
O deputado Múcio Sá (PMDB-RN), por exemplo, recebeu R$
370 mil da empreiteira EIT (Empresa Industrial Técnica).
O valor -que estaria acima do
limite estabelecido pelo projeto
de financiamento público de
campanha- faz parte da declaração oficial de doações do parlamentar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Apenas a construtora Andrade
Gutierrez doou para os candidatos R$ 13,7 milhões.
A campanha do governador de
Tocantins, Siqueira Campos
(PFL), foi custeada 99% por empreiteiras.
Só a Andrade Gutierrez doou
R$ 1,080 milhão e a Norberto
Odebrecht deu mais R$ 764 mil.
Os dados são do TSE.
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