São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000 |
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SALÁRIO Para ele, R$ 151 é pouco, mas paga cesta básica Mínimo dá e ainda sobra, diz Malan
da Sucursal de Brasília O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem que o salário mínimo de R$ 151 é suficiente para comprar a cesta básica calculada pelo Procon/Dieese "e ainda sobram cerca de R$ 20". A frase foi dita aos parlamentares da comissão mista que está analisando a medida provisória que fixou o mínimo. Os parlamentares de oposição criticaram a declaração do ministro. Malan também ouviu protestos de uma audiência formada por metalúrgicos aposentados de São Paulo. O deputado Paulo Paim (PT-RS) disse que não "sobram" R$ 20, mas menos de R$ 13, por causa do pagamento de 8% ao Instituto Nacional do Seguro Social. Malan admitiu que a cesta básica contém apenas alimentos e produtos de higiene e limpeza, mas afirmou: "Os estudos mostram que, quanto menor a renda, maior a participação dos alimentos nos gastos". Em outro momento, Malan foi questionado sobre a entrevista dada na véspera por Luiz Inácio Lula da Silva no "Programa do Jô". Lula havia dito que seria possível o governo conseguir R$ 26 bilhões com combate à sonegação, fim de isenções fiscais e com dinheiro de depósitos judiciais. "O Brasil não é para principiantes. É fácil para quem está de fora dizer como o governo deve criar R$ 26 bilhões. Se fosse fácil assim, teríamos feito", respondeu. Cerca de 40 aposentados convidados pelo deputado Luiz Antônio de Medeiros (PFL-SP) também criticaram o ministro porque ele voltou a contar a história de um sindicato de metalúrgicos alemães que, recentemente, conseguiu um aumento de apenas 3% para seus afiliados. "Uma coisa é dar 3% sobre um salário de US$ 3.000. Outra é dar 3% sobre R$ 100. Isso não é nada", disse Medeiros. Nesse momento, os aposentados começaram a gritar palavras de apoio ao deputado e de protesto, como "Fora FMI (Fundo Monetário Internacional)" e "Aqui não é a Alemanha". O presidente da comissão, senador Iris Rezende (PMDB-GO), pediu à segurança que retirasse os manifestantes. "Eu não estava discutindo o nível salarial, mas o percentual de reajuste. Eu, a dona Ruth Cardoso (primeira-dama), a minha mulher, os meus filhos, todos acham que o mínimo é baixo", disse Malan. Ao final da reunião, Iris Rezende disse que o ministro da Previdência Social, Waldeck Ornélas, havia pedido para ser o último a falar na comissão. Ao saber do comentário, Ornélas negou. "Isso é armação do PMDB", disse ele, que havia sido acusado pelo presidente do PMDB, Jader Barbalho (PA), de incoerência na questão do mínimo. Texto Anterior: Brasileiros tiveram diálogo gravado Próximo Texto: Funcionalismo: Comissão aprova mais uma brecha no projeto do novo teto Índice |
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