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NO AR
Coisas indignas
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
A TV Senado transmitiu
sem edição, ao contrário dos
telejornais, depois.
Falou ACM, falou Jader Barbalho, depois ambos replicaram, em meio a risos contidos,
quando não risadas abertas, de
um e de outro.
Um dizia que o outro batia
em mulher e coisa pior. O outro
respondia:
- Quem tiver caráter não
gosta de Vossa Excelência.
Acusaram-se mutuamente
de furtar, roubar, fazer "coisas
indignas", como se fossem piadas. ACM, na conclusão:
- O teatro desta casa merece produções melhores.
E Jader Barbalho:
- O Senado não merece
mais isso.
Foram parar os dois nos noticiários popularescos, como o
Cidade Alerta, que pediu até
CPI contra a "baixaria", o
"strip-tease moral".
Falou mais e melhor o animador do programa, José Luiz
Datena:
- Mas que grande momento
esse da democracia, se a gente
pensar bem. Senhores aparentemente respeitáveis ficam nus
diante das câmeras. Portanto,
viva essa oportunidade de conhecê-los do tamanho que eles
realmente são. Foi vergonhoso,
lastimável. Mas somos gratos
pela oportunidade de vê-los
verdadeiros. A câmera da TV
mostra tudo, cada palavra, cada gesto. Um cidadão assiste e
sabe que a mudança está na
mão dele.
O único equívoco talvez seja
acreditar demais, como vem
fazendo a Globo no escândalo
paulistano, que as coisas vão
mudar pelo voto.
Por coincidência, saiu ontem
um convênio que vai levar a
TV Senado para a TV aberta,
garantindo a quase todos o
acesso à "baixaria".
José Rainha foi absolvido no
fim da tarde, mas nem parecia,
ao menos na TV. Quem quis
acompanhar o julgamento em
tempo real, desde o primeiro
dia, só teve a Internet.
E-mail: nelsonsa@uol.com.br
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