São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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NO AR
Coisas indignas

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

A TV Senado transmitiu sem edição, ao contrário dos telejornais, depois.
Falou ACM, falou Jader Barbalho, depois ambos replicaram, em meio a risos contidos, quando não risadas abertas, de um e de outro.
Um dizia que o outro batia em mulher e coisa pior. O outro respondia:
- Quem tiver caráter não gosta de Vossa Excelência.
Acusaram-se mutuamente de furtar, roubar, fazer "coisas indignas", como se fossem piadas. ACM, na conclusão:
- O teatro desta casa merece produções melhores.
E Jader Barbalho:
- O Senado não merece mais isso.
Foram parar os dois nos noticiários popularescos, como o Cidade Alerta, que pediu até CPI contra a "baixaria", o "strip-tease moral".
Falou mais e melhor o animador do programa, José Luiz Datena:
- Mas que grande momento esse da democracia, se a gente pensar bem. Senhores aparentemente respeitáveis ficam nus diante das câmeras. Portanto, viva essa oportunidade de conhecê-los do tamanho que eles realmente são. Foi vergonhoso, lastimável. Mas somos gratos pela oportunidade de vê-los verdadeiros. A câmera da TV mostra tudo, cada palavra, cada gesto. Um cidadão assiste e sabe que a mudança está na mão dele.
O único equívoco talvez seja acreditar demais, como vem fazendo a Globo no escândalo paulistano, que as coisas vão mudar pelo voto.

Por coincidência, saiu ontem um convênio que vai levar a TV Senado para a TV aberta, garantindo a quase todos o acesso à "baixaria".

José Rainha foi absolvido no fim da tarde, mas nem parecia, ao menos na TV. Quem quis acompanhar o julgamento em tempo real, desde o primeiro dia, só teve a Internet.

E-mail: nelsonsa@uol.com.br


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