São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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Condenação foi uma farsa, diz sem-terra

dos enviados especiais

O líder do MST José Rainha Júnior, 39, se disse feliz com o resultado e mais convicto da necessidade de mudar "essa estrutura podre". "Vou voltar a minha vida normal, que é trabalhar e organizar os pobres deste país. Tirando um peso da consciência", disse. "Aqui pude provar a minha inocência." Leia abaixo os principais trechos da entrevista dada por ele minutos após a absolvição.

Pergunta - Como o sr. se sente com a absolvição?
José Rainha -
A verdade é como a Justiça divina, tarda, mas não falha. É a vitória do movimento sem terra, dos trabalhadores, da sociedade organizada. A minha atuação sempre foi buscar a reforma agrária para defender a vida. A vida desse povo, humilde, pobre e miserável. Não vou renunciar ao meu princípio, minha coerência, minha ideologia de continuar lutando pelos pobres oprimidos do Brasil para fazer a transformação que precisa ser feita.
Transformação dessa estrutura podre. Nós precisamos mudar ela. E agora, livre, com mais convicção, com mais credibilidade.
Vou sair por todo o Brasil, com todo militante, com todo companheiro, para organizar os trabalhadores. E provar que o Brasil pode mudar, e a reforma agrária pode ser feita sem a violência a qual é colocada na cidade e jogado ao nosso povo.

Pergunta - Como o MST vai se comportar a partir de agora?
Rainha -
Vai se comportar como sempre se comportou nesse país. Questionar o latifúndio improdutivo e lutar pela Justiça para que Corumbiara e Eldorado do Carajás não continue impune.

Pergunta - Esse resultado após o primeiro julgamento é um alívio?
Rainha -
É um alívio. O julgamento passado foi uma farsa. No daqui você colocou pessoas decentes.

Pergunta - A promotora anunciou que pretende recorrer.

Pergunta - A promotora pode recorrer onde quiser. É o direito deles. Eu vou continuar fazendo a luta. Está aí provada a minha inocência.


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