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"Mutirão" analisará os atuais projetos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O governo vai começar nesta
semana um mutirão para analisar
os projetos das extintas Sudam
(Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) e Sudene
(Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).
"Só os projetos economicamente viáveis terão novos recursos. Os
demais serão cancelados unilateralmente. Se os empresários não
aceitarem, que acionem a Sudam
e a Sudene na Justiça", afirmou o
ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra (PMDB).
O "mutirão de análise" será feita
por uma equipe formada por técnicos do BNDES, do Ipea e da Caixa Econômica Federal. A idéia
evitar novos investimentos em
projetos que não dêem retorno
social para a região.
O ministro calcula que dessa
análise sairão três possibilidades:
1) projetos com desvios de recursos, que serão investigados pelo Ministério Público Federal;
2) projetos cuja implantação
não é viável serão cancelados, e o
governo espera uma disputa judicial decorrente da ação unilateral;
3) projetos viáveis migrarão do
antigo sistema baseado na renúncia fiscal para o atual, cujos recursos são do Orçamento da União.
O ministro se diz preocupado
com o tempo que esse trabalho
pode consumir. A preocupação
vem do fato de que os projetos
bem-sucedidos ou de interesse estratégico do governo, como a
construção de hidrelétricas, fiquem inviabilizados.
"Vamos priorizar e tentar agilizar as liberações para os projetos
viáveis, mas ainda não temos prazos definidos, pois estamos fazendo uma revolução no sistema."
O ministro disse que a equipe
que está se formando pode ser incorporada às duas agências que
substituirão a Sudam e a Sudene,
a Ada e a Adene, respectivamente.
"Não podemos mais ficar com
prazo de implantação médio de
dez anos, como tínhamos por ineficiência na análise da viabilidade
dos projetos e por irregularidade
na transferência dos recursos."
Ao ser lembrado que a Metasa,
empresa que administrou com
seu filho Hélio por nove anos é
um exemplo dessa anormalidade,
o ministro disse apenas que cada
Estado definirá quais os setores
que receberão recursos.
O ministro disse também que as
duas agências terão cargos com
melhores salários para os técnicos. Os salários serão muito superiores aos R$ 700 (início de carreira e R$ 3.000 já na aposentadoria)
que vinham sendo pagos pela Sudam e Sudene. Segundo Bezerra,
o salário inicial será de cerca de R$
2.500, chegando a R$ 5.000 no final de carreira.
(AC)
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