FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT terá à sua disposição neste ano cerca de R$ 80 milhões para gastar com sua organização e ações eleitorais. De acordo com o secretário de Finanças e Planejamento (tesoureiro) da sigla, Delúbio Soares, esse dinheiro é assim dividido: R$ 40 milhões são arrecadados pelo PT nacional, R$ 20 milhões chegam ao partido por meio dos diretórios estaduais e outros R$ 20 milhões pelos diretórios municipais.
Parte desse orçamento está sendo consumido na informatização de centenas de unidades petistas pelo país. O PT já está presente em 5.396 cidades, segundo informou Delúbio Soares.
Até o início do processo eleitoral, 4.500 municípios terão algum representante do partido com um computador instalado.
"Agora estamos montando uma rede própria para interligar todos esses computadores em alta velocidade. Umas 500 cidades serão atingidas por essa fase", diz o tesoureiro do partido. "O custo será dividido entre o PT nacional e os diretórios estaduais e municipais", acrescentou Delúbio.

Recorde
O PT espera lançar cerca de 50 mil candidatos a vereador em outubro. Se conseguir atingir essa meta, terá estabelecido um recorde. Até hoje, o maior número conhecido de candidatos a vereador foi de 49,7 mil, na eleição de 2000, pelo PMDB. "Vamos disputar a eleição, com candidato a prefeito, a vereador ou aos dois cargos em umas 4.500 cidades. Em mais ou menos 3.000 municípios poderemos ter candidatos a prefeito. Em 2000, nós estivemos em apenas mil cidades", relata Delúbio.
Todo esse orçamento de R$ 80 milhões é oficial e arrecadado de acordo com o que estabelece a lei. A principal fonte de renda do PT nacional é o Fundo Partidário, que destina cerca de R$ 115 milhões para agremiações políticas neste ano. O PT é o partido que mais recebe dinheiro desse fundo (cerca de 9% do total), por ser a legenda com maior número de deputados eleitos em 2002.
Outra fonte de recursos que dará ao partido cerca de R$ 5 milhões neste ano são as doações dos seus filiados que ocupam funções públicas. Do presidente da República a deputados e outros filiados, todos são obrigados a autorizar um desconto nos seus salários para financiar o PT. Quem ganha mais de 20 salários mínimos, como Luiz Inácio Lula da Silva, tem de doar 20% do seu rendimento mensal líquido (depois dos impostos).

Revista comercial
Além de ser o partido com mais recursos oficiais, o PT tem procurado aliar novas formas de arrecadação com marketing político. Por conta disso, lançou no dia 1º de junho, no Hotel Nacional, em Brasília, a revista "Cidades Vivas" -em parceria com a Fundação Perseu Abramo, ligada à sigla- que será vendida em bancas.
A revista objetiva mostrar as experiências administrativas exemplares das administrações petistas no país. O primeiro número, com 98 páginas, retratou projetos de 26 prefeituras. Marta Suplicy (SP), que concorre à reeleição, ganhou quatro páginas, pelo menos uma a mais do que seus colegas.
A publicação foi colocada à venda em 5.000 bancas de jornal do país. Cada exemplar custa R$ 4,50. A idéia é que a revista fique durante um mês exposta nas principais bancas, funcionando também como uma propaganda para o partido e seus candidatos a prefeito na eleição de outubro.



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