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Ciro e Serra empatam no Vox Populi
RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL
José Serra (PSDB) caiu quatro
pontos, e Ciro Gomes (PPS) oscilou positivamente dois. A combinação desses movimentos os deixa em situação de empate técnico,
em segundo lugar, no mais recente levantamento Vox Populi, com
o ex-governador do Ceará ultrapassando numericamente o ex-ministro da Saúde.
Serra registrou 17% na pesquisa
de intenção de voto para presidente da República realizada terça
e quarta passadas, contra 21% obtidos na sondagem anterior do
instituto, feita há aproximadamente duas semanas. Ciro ficou
com 18% -antes tinha 16%.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
ganhou um ponto percentual e lidera a disputa com 39%. Com
igual oscilação positiva, Anthony
Garotinho (PSB) agora tem 12%.
Os percentuais de brancos e nulos (5%) e de eleitores que se declaram indecisos (9%) mantiveram-se inalterados.
A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos percentuais
para mais ou para menos.
O cientista político Marcos
Coimbra, diretor do Vox Populi,
aponta a televisão como o mais
evidente dos fatores a explicar o
movimento ascendente de Ciro.
Depois de meses de jejum de
propaganda gratuita, o candidato
do PPS foi o campeão de visibilidade em junho, com sucessivas
aparições nos horários das siglas
que o apóiam -PDT e PTB.
Além dele, esteve no ar para
promovê-lo sua namorada, Patrícia Pillar. Na visão de analistas, a
presença da atriz no vídeo pode
ter sido ainda mais benéfica que a
de Ciro para a campanha.
"A TV fez agora por ele o que já
havia feito pelos outros", diz
Coimbra. "Por questão de calendário, Ciro acabou usufruindo do
último ato da pré-campanha."
Os programas partidários terminaram em 30 de junho. A janela da televisão gratuita só voltará a
se abrir em 20 de agosto, com o
início do horário eleitoral.
Apesar do efeito considerável
da TV, o diretor do Vox considera
equivocado atribuir apenas a ela o
quadro captado pelo instituto.
Ele começa por apontar que os
movimentos de queda de Serra e
de subida de Ciro não se iniciaram com o atual levantamento
(veja quadro nesta página). "É
uma situação que já vinha se desenhando na pesquisa anterior."
Oposição em alta
Coimbra segue observando que,
embora o candidato do PPS tenha
sido o principal beneficiado, também houve ascensão dos oposicionistas como um todo.
Somados, os três nomes que se
apresentam como adversários do
governo federal cresceram quatro
pontos, número igual ao da queda
de Serra, o candidato de FHC.
"É importante entender que esse movimento, ainda que não seja
de grande monta, acontece acima
e além da margem de erro", afirma o diretor do Vox.
Ele chama atenção para a alta da
"tese mudancista" (veja quadro).
Há um ano, no auge da crise energética, cerca de dois terços dos entrevistados pelo instituto se declaravam favoráveis a "mudar tudo"
ou "mudar a maioria das coisas"
em relação ao atual governo.
Essa fatia diminuiu para metade
do eleitorado em abril deste ano.
Agora, com a escalada do dólar e
outras notícias negativas na área
econômica, voltou ao patamar
dos dois terços.
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