São Paulo, sábado, 06 de julho de 2002

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Ciro e Serra empatam no Vox Populi

RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL

José Serra (PSDB) caiu quatro pontos, e Ciro Gomes (PPS) oscilou positivamente dois. A combinação desses movimentos os deixa em situação de empate técnico, em segundo lugar, no mais recente levantamento Vox Populi, com o ex-governador do Ceará ultrapassando numericamente o ex-ministro da Saúde.
Serra registrou 17% na pesquisa de intenção de voto para presidente da República realizada terça e quarta passadas, contra 21% obtidos na sondagem anterior do instituto, feita há aproximadamente duas semanas. Ciro ficou com 18% -antes tinha 16%.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou um ponto percentual e lidera a disputa com 39%. Com igual oscilação positiva, Anthony Garotinho (PSB) agora tem 12%.
Os percentuais de brancos e nulos (5%) e de eleitores que se declaram indecisos (9%) mantiveram-se inalterados.
A margem de erro do levantamento é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O cientista político Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, aponta a televisão como o mais evidente dos fatores a explicar o movimento ascendente de Ciro.
Depois de meses de jejum de propaganda gratuita, o candidato do PPS foi o campeão de visibilidade em junho, com sucessivas aparições nos horários das siglas que o apóiam -PDT e PTB.
Além dele, esteve no ar para promovê-lo sua namorada, Patrícia Pillar. Na visão de analistas, a presença da atriz no vídeo pode ter sido ainda mais benéfica que a de Ciro para a campanha.
"A TV fez agora por ele o que já havia feito pelos outros", diz Coimbra. "Por questão de calendário, Ciro acabou usufruindo do último ato da pré-campanha."
Os programas partidários terminaram em 30 de junho. A janela da televisão gratuita só voltará a se abrir em 20 de agosto, com o início do horário eleitoral.
Apesar do efeito considerável da TV, o diretor do Vox considera equivocado atribuir apenas a ela o quadro captado pelo instituto.
Ele começa por apontar que os movimentos de queda de Serra e de subida de Ciro não se iniciaram com o atual levantamento (veja quadro nesta página). "É uma situação que já vinha se desenhando na pesquisa anterior."

Oposição em alta
Coimbra segue observando que, embora o candidato do PPS tenha sido o principal beneficiado, também houve ascensão dos oposicionistas como um todo.
Somados, os três nomes que se apresentam como adversários do governo federal cresceram quatro pontos, número igual ao da queda de Serra, o candidato de FHC.
"É importante entender que esse movimento, ainda que não seja de grande monta, acontece acima e além da margem de erro", afirma o diretor do Vox.
Ele chama atenção para a alta da "tese mudancista" (veja quadro). Há um ano, no auge da crise energética, cerca de dois terços dos entrevistados pelo instituto se declaravam favoráveis a "mudar tudo" ou "mudar a maioria das coisas" em relação ao atual governo.
Essa fatia diminuiu para metade do eleitorado em abril deste ano. Agora, com a escalada do dólar e outras notícias negativas na área econômica, voltou ao patamar dos dois terços.



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