São Paulo, sábado, 06 de julho de 2002

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PIRES NA MÃO

Em busca de verbas para suas cidades, políticos esperam até 13 horas para conversar com ministro

Prefeitos congestionam ministérios

Lula Marques/Folha Imagem
Prefeitos esperam para falar com ministro da Integração Nacional no último dia de liberação de verba antes da campanha eleitoral


FERNANDA NARDELLI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os gabinetes e assessorias parlamentares dos ministérios tiveram um movimento atípico nesta semana. Em período de recesso parlamentar, políticos de todo o país estiveram em Brasília em busca de verbas para seus municípios antes do fim do prazo para o empenho de recursos do Orçamento.
O prefeito Paulo Dantas (PFL), de Machacalis (MG), ficou anteontem das 10h às 23h à espera de uma audiência com o ministro da Integração Nacional, Luciano Barbosa. Não foi atendido e voltou ontem às 9h, com a esperança de conseguir R$ 104 mil para reconstruir uma ponte. Até as 18h, não havia sido atendido.
O prefeito de Nilo Peçanha (BA), Antônio Galdino (PL), esperava na ante-sala de Barbosa para pedir o empenho de verba para a conclusão de obra contra erosão. São R$ 474 mil solicitados desde novembro de 2001.
O prefeito disse que viaja para Brasília quase toda semana e que, na última, o movimento nos gabinetes da Integração Nacional e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedu) foi "20 vezes maior". Galdino atribuiu parte do congestionamento na Integração Nacional à recente troca de ministro, há um mês. Segundo ele, a equipe de Barbosa, estava analisando os processos com muita cautela.
O prefeito de Valença (BA), Ramiro Campelo de Queiroz (PFL), deixou para o último dia. Chegou ontem a Brasília para pedir R$ 1,3 milhão para uma obra de drenagem em um manguezal. O projeto está sendo desenvolvido há um ano, mas foi a primeira vez que ele procurou o ministro para tratar do assunto.
"O problema é a burocracia. Ninguém está aqui por felicidade", disse, apontando para os outros políticos que aguardavam atendimento. Ele não foi atendido pelo ministro, mas foi informado por volta das 13h que seu convênio fora assinado.
Segundo o assessor do deputado Cláudio Cajado (PFL-BA), Ricardo Portilho, que também aguardava audiência, não foram só os políticos da Bahia e do PFL que procuraram o ministério.
"O Brasil inteiro esteve aqui. Ontem [anteontem", havia seis páginas de empenho no Siafi [sistema que registra os gastos do governo". Hoje [ontem", 49."


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