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PF tenta encobrir ação política, diz PT
DA AGÊNCIA FOLHA
O Diretório Nacional do PT,
por meio do porta-voz do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, André Singer, disse ontem que
as afirmações divulgadas pela Polícia Federal "constituem uma
tentativa patética de encobrir perante a opinião pública a ilegalidade flagrante de operações de espionagem política" contra Lula e
outros membros do partido.
"Essa divulgação corresponde a
uma tentativa de encobrir atos ilegais que foram praticados por setores da Polícia Federal", declarou
ontem à tarde o porta-voz do candidato à Presidência petista, durante entrevista na sede do partido, em São Paulo.
Além dos esclarecimentos de
Singer, o partido divulgou uma
nota sobre o caso. Segundo a nota,
Lula e o presidente nacional do
partido, José Dirceu, pediram ao
presidente Fernando Henrique
Cardoso, em 22 de janeiro deste
ano, "que designasse delegados
da PF para acompanhar a investigação" do assassinato do prefeito
de Santo André Celso Daniel,
ocorrido em janeiro deste ano.
De acordo com o partido, os pedidos para que o governo federal
trabalhasse com "especial atenção" nas investigações de Celso
Daniel "nada tiveram a ver com as
duas operações de espionagem
política por nós detectadas [uma
a Lula e outra a políticos do partido em Santo André" e já denunciadas à imprensa".
Ainda segundo a nota do PT, "a
interceptação telefônica é um método de investigação adequado
para determinadas circunstâncias, desde que usado rigorosamente dentro da lei".
Tráfico de drogas
Mas, de acordo com o partido, a
Justiça foi enganada quando, no
dia 24 de janeiro de 2002, o delegado Marcelo Vieira Godoy, que é
o encarregado de apurar o assassinato do prefeito de Santo André,
pediu autorização para grampos
telefônicos com o objetivo de
aprofundar investigações sobre o
tráfico de drogas -incluindo,
nesse pedido, "números de telefone de petistas".
O PT disse que estuda possíveis
medidas judiciais contra a Polícia
Federal. "Estamos estudando algumas formas, mas não posso antecipá-las", afirmou o porta-voz
do partido.
Abin
Questionado se o PT tem algum
tipo de conhecimento de que possa estar sendo investigado pela
Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Singer afirmou que prefere "acreditar que não".
"Queremos crer que esse tipo de
operação não só não prossiga [...",
como todas as forças políticas tenham o direito de apresentar suas
propostas, competindo em igualdade de condições, sem atenta-
dos".
(EDS)
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