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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Na TV, vantagem de Alckmin será de 23 minutos por semana
Nova interpretação do TSE favorece tucano mas também amplia tempo do horário eleitoral de Lula em um minuto
Tribunal passa a considerar bancadas partidárias de outubro de 2002, e não as do dia da posse (em fevereiro de 2003), ao dividir tempo
FERNANDO RODRIGUES
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma nova interpretação do
Tribunal Superior Eleitoral deve ampliar ainda mais a vantagem de tempo de rádio e de TV
que o presidenciável Geraldo
Alckmin (PSDB) terá sobre
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
durante a campanha eleitoral.
Com a mudança, Alckmin ficará com 23 minutos a mais
que Lula por semana, considerando os programas que irão ao
ar três vezes por semana a partir de 15 de agosto, e as inserções diárias de até um minuto
cada. O TSE, segundo a Folha
apurou, determinará que sejam consideradas as bancadas
partidárias da eleição (em outubro de 2002), e não as do dia
da posse (em fevereiro de
2003), para fazer o cálculo da
divisão do tempo da propaganda. Dois terços do tempo são
divididos com base no número
de deputados.
Como entre a eleição e a posse o PSDB e o PFL, siglas que
dão sustentação a Geraldo
Alckmin, perderam 16 deputados, a nova interpretação do
TSE favorece o candidato tucano. Os partidos que apóiam formalmente Lula perderam apenas um deputado no período.
Pela interpretação que valeu
até a eleição de 2002, com base
na bancada da posse, a aliança
tucana-pefelista teria direito a
74 minutos semanais na TV e
outros 74 minutos no rádio.
Agora, de acordo com o novo
entendimento, esse tempo sobe para 81 minutos.
No caso de Lula, os partidos
que dão sustentação ao petista
(PT, PC do B e PRB) não tiveram grande alteração nas suas
bancadas entre a eleição e a
posse. Ainda assim, o petista
ganha um minuto a mais com a
nova interpretação do TSE: sai
de 57 para 58 minutos, aproximadamente.
Por uma provocação do
PSDB, que se considerava prejudicado pela interpretação antiga da lei, o TSE passou a considerar, em 2004, a bancada
eleita. Essa regra foi confirmada pela nova lei eleitoral, sancionada em maio. O tribunal
chegou a divulgar que esse dispositivo da nova lei não valeria,
mas quatro dos sete ministros
do TSE, ouvidos pela Folha,
tendem a considerar o número
de deputados eleitos em 2002.
A Folha simulou o tempo
que os candidatos ao Planalto
terão no rádio e na televisão
por semana. As propagandas
dos presidenciáveis irão ao ar
em dois programas diários de
25 minutos cada às terças,
quintas e sábados. Eles também irão dividir seis minutos
diários de inserções curtas, de
até um minuto cada, nos 45
dias de propaganda eleitoral.
Uma terça parte do tempo é
dividida igualmente entre os
sete candidatos lançados até
ontem, último dia para registro
das candidaturas. Os dois terços restantes são divididos de
acordo com a bancada de deputados, mas não reflete a atual
composição da Câmara.
A regra explica por que a candidata Heloísa Helena, lançada
pelo PSOL, com sete deputados, terá menos tempo que Luciano Bivar, cujo partido, o
PSL, perdeu seu único representante na Câmara. O PSOL
foi criado só em junho de 2004.
Alckmin e Lula dominarão o
espaço de propaganda gratuita
no rádio e na televisão. Juntos,
terão mais do que o dobro do
tempo de todos os demais candidatos reunidos.
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