|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aliança de Alckmin em 2006 imita o slogan de Lula em 2002
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O conselho político criado
para balizar a campanha do
presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) definiu ontem que
a coligação formada por PSDB e
PFL levará o nome de "Por um
Brasil decente", levantando a
bandeira da ética. O título é similar ao slogan usado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2002. À
época, a campanha do petista
também fora centrada na ética,
com os dizeres "Por um Brasil
decente, vote Lula presidente".
Elaborada pelo responsável
na área de comunicação da
campanha tucana, Luiz Gonzalez, a escolha do nome da coligação agradou ao PFL, que cobra do candidato uma atitude
mais crítica em relação à moralidade. A queixa dos pefelistas é
que Alckmin explora pouco o
escândalo do mensalão em seus
discursos. A crise política do
governo Lula foi tema do último programa do PFL na TV.
Em conversa com líderes
partidários, Alckmin afirmou
porém que não quer fixar a ética como seu lema de campanha, sob o argumento de que
quer ser "o candidato do desenvolvimento". Disse que o tema
da ética dá margem a críticas
dos adversários de que seu discurso é esvaziado. Ontem, em
entrevista, o tucano disse "ser
muito diferente" do presidente
Lula, em resposta a uma reportagem do jornal inglês "Financial Times", intitulada "Dois
principais candidatos brasileiros têm muito em comum".
"Somos diferentes na maneira de governar, nos valores éticos, na visão de mundo, nas
questões macroeconômicas, na
política externa, na qualidade
de serviços públicos, educação,
saúde e segurança pública", declarou o ex-governador.
Ele afirmou ainda que Lula
faz "uma política atrasada" de
investimentos, "movida pelo
processo eleitoral". "É um tipo
de política que deve ser superada. Tem que trabalhar desde o
primeiro dia, e não deixar para
fazer na véspera de eleição."
Estados com problemas
Na reunião do conselho político, os coordenadores estabeleceram que darão atenção especial a três Estados, apontados como zona de tensão no
mapa de alianças: Maranhão,
Espírito Santo e Amazonas.
No Maranhão, o presidente
do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), se comprometeu
a pressionar a senadora Roseana Sarney (PFL-MA), que concorre ao governo local, para que
faça um gesto em favor de Alckmin. Os tucanos reclamam que
ela negocia apoio velado a Lula.
No Espírito Santo, os tucanos ainda buscam um palanque
para Alckmin, já que o partido
indicará o vice na chapa de Paulo Hartung (PMDB), mas o governador capixaba está inclinado a apoiar o presidente Lula na
campanha à reeleição. O problema no Amazonas é conciliar
as candidaturas rivais ao governo de Arthur Virgílio (PSDB) e
Amazonino Mendes (PFL).
Segundo o vereador José
Anibal, Alckmin disse ter telefonado para Aécio Neves e José
Serra para minimizar o impacto de suas declarações sobre
reeleição. Ao conselho, Alckmin alegou ter defendido a
emenda da reeleição antes e
que não queria parecer volúvel.
Alckmin inicia hoje oficialmente sua campanha por onde
a de Lula terminou: no palanque de Luiz Henrique da Silveira (PMDB), em Santa Catarina.
Foi em Florianópolis que Lula
fez o último comício em 2002.
(SILVIO NAVARRO)
Colaborou a Reportagem Local
Texto Anterior: Eleições 2006/Presidência: Na TV, vantagem de Alckmin será de 23 minutos por semana Próximo Texto: PSDB e PFL vão votar pelo fim da reeleição Índice
|