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REFORMA SOB PRESSÃO
Paralisação congestiona aduanas no Sul; no Nordeste, 120 mil universitários estão sem aulas
Greve ganha força e já afeta exportações
DA AGÊNCIA FOLHA
A greve do funcionalismo público federal contra a reforma da
Previdência ganhou força nos últimos dias, devido à expectativa
de votação do relatório no plenário da Câmara dos Deputados.
Parados desde o dia 8 de julho,
funcionários da Receita Federal,
do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) e das universidades federais intensificaram suas
ações e seus preparativos para o
envio de representações para a
marcha dos servidores, a ser realizada hoje em Brasília. Mas ainda
não há uma estimativa segura do
número de servidores parados.
Em alguns casos, a paralisação
do funcionalismo já causa prejuízos. Um cálculo informal divulgado pela Fiesc (Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina) aponta uma queda na média
diária das exportações brasileiras
superior a 10% -queda atribuída
à paralisação da Receita.
A Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul) criticou a paralisação dos auditores
fiscais. Segundo a federação, a
greve dos servidores está prejudicando o embarque e o desembarque de mercadorias.
"Não podemos quantificar o
que deixamos de exportar ou importar com a operação padrão,
mas, sem dúvida nenhuma, prejudica", avaliou Ivan Ramalho,
secretário de Comércio Exterior
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A greve do funcionalismo federal no Rio Grande do Sul causou
alguns problemas nas fronteiras
com a Argentina e o Uruguai.
Em Uruguaiana (fronteira com
a Argentina), 80 caminhões ficaram paralisados ontem à tarde.
Em Jaguarão (fronteira com o
Uruguai), o número de caminhões parados alcançou 400.
No Porto de Rio Grande, 18 navios tiveram de aguardar para
chegar ao cais. No Estado, os servidores previdenciários, da Justiça do Trabalho, Eleitoral e Federal, funcionários das universidades federais, auditores e fiscais da
Secretaria da Fazenda paralisaram as suas atividades. No dia 8
de julho, apenas os servidores do
INSS haviam parado.
Previdência
Em Belo Horizonte (MG), cerca
de 6.700 pedidos de benefícios
deixaram de ser requeridos. As
sete agências do INSS na capital
mineira, que atendem em média a
318 pedidos por dia, pararam.
Das 160 agências de atendimento ao público no Estado, 35 estão
fechadas e 26 funcionam parcialmente. No dia 8 de julho, os servidores do INSS haviam somente
realizado protestos. No dia 29, a
categoria aprovou paralisação de
uma semana, a partir de ontem.
A Polícia Federal de Alagoas iniciou ontem paralisação por tempo indeterminado. O Sindicato
dos Policiais Federais no Estado
anunciou que a greve teve "quase" 100% de adesão.
No Nordeste, cerca de 120 mil
alunos das universidades federais
estão sem aulas, devido às greves
de professores e funcionários.
Os sindicatos do funcionalismo
público federal esperam reunir
hoje em Brasília 60 mil pessoas
para a marcha contra a reforma.
As quatros agências do INSS em
Campo Grande pararam. Cerca
de 16 mil pessoas já deixaram de
ser atendidas desde 8 de julho.
A Receita Federal está obrigada
a liberar em até cinco dias as cargas retidas no porto de Vitória
(ES). A medida é resultado de liminar obtida pelo Sindiex (Sindicato do Comércio de Importação
e Exportação do Espírito Santo),
que representa 160 empresas.
No porto de Santos (SP), o
maior do país, 2.400 contêineres
estão retidos, devido à greve.
Em Santa Catarina, a Fiesc entrou na Justiça com um pedido semelhante para a continuidade das
atividades no porto de Itajaí.
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