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Máfia envolveu entidades filantrópicas em fraudes
Beneficiadas por verbas públicas, organizações compraram ambulâncias superfaturadas
A máfia dos sanguessugas, que envolve empresários, parlamentares e funcionários públicos, usou entidades filantrópicas -algumas de fachada- para a
compra de ambulâncias superfaturadas. O Ministério
da Saúde aprovou as prestações de contas de entidades muitas vezes irregulares ou inexistentes. Na Baixada Fluminense, uma delas tem como endereço o escritório de campanha de um candidato a deputado.
Segundo Luiz Antonio Vedoin, sócio da empresa
Planam, que fornecia as ambulâncias, representantes
de organizações filantrópicas receberam propina ao
adquirir veículos com recursos públicos.
As ambulâncias, em alguns casos, nem são utilizadas
para transportar doentes -uma delas está parada há
cinco meses, por problemas no motor. Outras raramente saem das garagens em que são guardadas.
Uma unidade da Apae e outra filantrópica de São
Paulo dizem ter sido usadas por um deputado citado
em depoimento de Vedoin.
Os chamados sanguessugas desviavam dinheiro público ao superfaturar ambulâncias vendidas a prefeituras e a organizações não-governamentais. Alimentado por emendas ao Orçamento da União, o esquema
existia desde 2001 e movimentou pelo menos R$ 110
milhões. A Polícia Federal prendeu 48 pessoas desde
maio. A CPI criada para apurar o caso diz que 87 deputados e três senadores estão sendo investigados e que
há provas para pedir a cassação de 50 parlamentares.
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