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Procuradoria pede afastamento de Yeda por improbidade
Após analisar inquéritos das operações Rodin e Solidária, da PF, Ministério Público denunciou governadora do RS e mais oito
Órgão, porém, não detalhou denúncias porque caso corre em segredo; Justiça não tem prazo para se manifestar; Yeda nega irregularidades
FLÁVIO ILHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PORTO ALEGRE
O Ministério Público Federal
do Rio Grande do Sul pediu o
afastamento do cargo da governadora Yeda Crusius (PSDB) e
a denunciou em uma ação de
improbidade administrativa.
Outras oito pessoas também
foram denunciadas.
A ação é um desdobramento
do processo movido contra 44
réus a partir de maio de 2008 e
pede a indisponibilidade dos
bens dos denunciados. O processo foi protocolado na 3ª Vara Federal de Santa Maria (307
km de Porto Alegre) e será analisado pela juíza Simone Barbisam Fortes, que não tem prazo
para se manifestar.
Os procuradores analisaram
20 mil gravações feitas pela Polícia Federal, que fazem parte
dos inquéritos das operações
Rodin e Solidária. Utilizaram
também dados colhidos na CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa que investigou no ano passado denúncias de corrupção
no Detran.
Além de Yeda, são réus na
ação os deputados estaduais
Frederico Antunes (PP) e Luiz
Fernando Záchia (PMDB) e o
deputado federal José Otávio
Germano (PP), que foi secretário da Segurança do Estado.
Também foram envolvidos
João Luiz Vargas, presidente
do Tribunal de Contas do Estado, Delson Martini, ex-secretário-geral de Governo, Walna
Vilarins Meneses, assessora
particular de Yeda, Rubens
Bordini, tesoureiro da campanha de 2006 e atual vice-presidente do Banrisul, e Carlos
Crusius, marido de Yeda.
A crise no governo Yeda começou em novembro de 2007,
quando a PF deflagrou a Operação Rodin com o objetivo de investigar suspeitas de desvios de
R$ 44 milhões no Detran.
Membros do governo foram
envolvidos nas investigações e
13 pessoas foram presas, entre
elas o empresário Lair Ferst.
Ele participou da campanha de
Yeda em 2006 e, em depoimento, disse que ela negociou diretamente o recebimento de propina com operadores da fraude.
A investigação, solicitada pelo Ministério Público Federal,
deu origem a um processo criminal em Santa Maria, sede das
empresas acusadas de favorecimento. Em 2008, CPI na Assembleia envolveu membros
do governo em denúncias de
caixa dois na eleição de 2006.
A apuração resultou na Operação Solidária, que investigou
fraudes em licitações públicas
no Estado com a participação
de membros do governo. A operação foi desdobrada em 13 inquéritos policiais, que também
estão sob segredo.
Caso a Justiça acolha a ação,
os réus podem recorrer ao Tribunal Regional Federal e ao Superior Tribunal de Justiça.
Os procuradores não detalharam as denúncias porque o
processo corre em segredo de
justiça. Eles pediram a quebra
do sigilo nas informações.
A Folha apurou que acusados são denunciados por: enriquecimento ilícito, danos ao
erário e improbidade, no caso
dos ocupantes de cargos públicos. A ação pede ressarcimento
integral ao erário e a perda dos
bens ou valores acrescidos ilicitamente. Em caso de condenação, também haverá perda do
cargo e suspensão dos direitos
políticos de oito a dez anos.
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