Petista afirma que tem representado os papéis de presidente da República e de candidato durante campanha pela reeleição

Ministro Tarso Genro diz que mudança de versão de tucano sobre um suposto diálogo com Lula sobre o mensalão é "eleitoreira"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em fala ontem a integrantes do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, em tempos de campanha, tem atuado com uma "dupla personalidade", a de presidente da República e a de candidato à reeleição.
Antes de iniciar seu discurso, numa conversa informal com os presentes, Lula fez o comentário da "dupla personalidade" como uma forma de justificar a impossibilidade de ficar até o final do encontro, do qual participaram, entre outros, os ministros Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia), Hélio Costa (Comunicações) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
"Peço desculpas a vocês. Eu sei que é importante participar aqui [da reunião do conselho], mas não vou poder ficar até o final. Vou assistir a duas ou três exposições, porque hoje estou exercendo uma dupla personalidade, a de presidente e a de candidato", declarou o presidente, que ontem cumpriu agenda no Planalto até o início da tarde e, em seguida, viajou a Pernambuco para campanha.
Em discurso, Lula afirmou que "na política nem sempre se faz o que quer", e sim o possível.
Ao comentar a necessidade de investimentos em educação, disse: "Com a disposição política de fazer da educação um centro do desenvolvimento do Brasil para o século 21, acho que poderemos construir um verdadeiro milagre para que o Brasil tenha a chance que o país jogou fora no séculos 19 e 20."
Ontem, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) rotulou de "denúncia eleitoreira" a iniciativa do ex-governador Marconi Perillo (PSDB-GO) de dar mais detalhes da conversa na qual diz ter alertado Lula sobre a existência do mensalão. (EDUARDO SCOLESE, PEDRO DIAS LEITE E SÉRGIO LIMA)

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