São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ministro mantém agência nos Correios

Hélio Costa nega irregularidades e diz que críticas à contratação da Casablanca fazem parte de "guerra entre empresas"

A agência fez a campanha de Costa ao Senado em 2002 e venceu a disputa técnica para fazer a propaganda institucional da estatal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), disse que as notícias sobre a contratação da agência Casablanca pelos Correios fazem parte de uma "verdadeira guerra entre as empresas".
A agência, com sede em Belo Horizonte (MG), fez a campanha eleitoral do ministro ao Senado em 2002 e venceu a disputa técnica para a propaganda institucional dos Correios, estatal vinculada à pasta de Costa. Ele nega ser amigo dos donos da empresa. "Não entro em contato com a agência há três anos e meio", disse.
A Folha revelou que a Casablanca, que ficara em sexto lugar no ranking das melhores notas técnicas da licitação, havia passado a ocupar o primeiro lugar depois de novas avaliações, motivadas por recursos feitos por outras agências.
Em reportagem ontem na Folha, a assessoria do ministro informou que foi a Setembro Propaganda, pertencente ao presidente da Casablanca, Almir Sales, que fez a campanha de Costa em 2002. Informada que há duas notas fiscais em nome da Casablanca na prestação de contas entregues à Justiça Eleitoral e nenhuma da Setembro, a assessoria não havia explicado a contradição.
Costa disse que a parte de produção de cartazes da sua campanha foi feita pela agência Setembro, mas que as notas foram emitidas pela Casablanca por uma decisão da empresa.
Sobre a licitação, Costa disse que "o edital permite entrar com recurso". "Os perdedores têm o direito de espernear", afirmou. A Casablanca, depois dos recursos, ficou com o lote 3 da licitação, avaliado em R$ 23 milhões.
Ainda de acordo com o ministro, quando o noticiário especializado começou a divulgar as primeiras notas informando sobre uma possível irregularidade na licitação para a conta de publicidade dos Correios, ele tomou a iniciativa de enviar um ofício ao presidente da empresa.
No ofício, datado de 12 de julho, Costa informava das notícias de irregularidades, pedia que fosse feita uma apuração e que, se fosse encontrado indício de irregularidade, a licitação fosse cancelada. Esses indícios, segundo o ministro, não foram encontrados e a licitação está mantida.
"Agora vou pedir novas instruções à Casa Civil sobre como proceder e o que deve ser feito para evitar contestações. Vou pedir que as coisas sejam feitas com representantes da CGU e da AGU. Tudo que se faz aqui alguém levanta uma suspeita."


Texto Anterior: Caso Renascer: Justiça tira bispa Sonia da fundação que dirige igreja
Próximo Texto: Agências de publicidade vão recorrer de revisão que mudou resultado de licitação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.