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Ministro mantém agência nos Correios
Hélio Costa nega irregularidades e diz que críticas à contratação da Casablanca fazem parte de "guerra entre empresas"
A agência fez a campanha de Costa ao Senado em 2002 e venceu a disputa técnica para fazer a propaganda institucional da estatal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG),
disse que as notícias sobre a
contratação da agência Casablanca pelos Correios fazem
parte de uma "verdadeira guerra entre as empresas".
A agência, com sede em Belo
Horizonte (MG), fez a campanha eleitoral do ministro ao Senado em 2002 e venceu a disputa técnica para a propaganda
institucional dos Correios, estatal vinculada à pasta de Costa. Ele nega ser amigo dos donos da empresa. "Não entro em
contato com a agência há três
anos e meio", disse.
A Folha revelou que a Casablanca, que ficara em sexto lugar no ranking das melhores
notas técnicas da licitação, havia passado a ocupar o primeiro lugar depois de novas avaliações, motivadas por recursos
feitos por outras agências.
Em reportagem ontem na
Folha, a assessoria do ministro
informou que foi a Setembro
Propaganda, pertencente ao
presidente da Casablanca, Almir Sales, que fez a campanha
de Costa em 2002. Informada
que há duas notas fiscais em
nome da Casablanca na prestação de contas entregues à Justiça Eleitoral e nenhuma da Setembro, a assessoria não havia
explicado a contradição.
Costa disse que a parte de
produção de cartazes da sua
campanha foi feita pela agência
Setembro, mas que as notas foram emitidas pela Casablanca
por uma decisão da empresa.
Sobre a licitação, Costa disse
que "o edital permite entrar
com recurso". "Os perdedores
têm o direito de espernear",
afirmou. A Casablanca, depois
dos recursos, ficou com o lote 3
da licitação, avaliado em R$ 23
milhões.
Ainda de acordo com o ministro, quando o noticiário especializado começou a divulgar
as primeiras notas informando
sobre uma possível irregularidade na licitação para a conta
de publicidade dos Correios,
ele tomou a iniciativa de enviar
um ofício ao presidente da empresa.
No ofício, datado de 12 de julho, Costa informava das notícias de irregularidades, pedia
que fosse feita uma apuração e
que, se fosse encontrado indício de irregularidade, a licitação fosse cancelada. Esses indícios, segundo o ministro, não
foram encontrados e a licitação
está mantida.
"Agora vou pedir novas instruções à Casa Civil sobre como
proceder e o que deve ser feito
para evitar contestações. Vou
pedir que as coisas sejam feitas
com representantes da CGU e
da AGU. Tudo que se faz aqui
alguém levanta uma suspeita."
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