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TRE intervém em disputa e fixa início do horário eleitoral no dia 15
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal Regional Eleitoral de
São Paulo fixou para o próximo
dia 15 a data de início do horário
eleitoral gratuito do segundo turno no Estado, em meio a queda-de-braço entre o PT e o PSDB.
A controvérsia sobre a data evidencia um descompasso no ritmo
de campanha dos adversários pela Prefeitura de São Paulo, Marta
Suplicy (PT) e José Serra (PSDB).
Enquanto os tucanos se esforçam
para congelar o resultado das urnas, os petistas têm pressa.
A Folha apurou que, ontem, os
advogados da campanha de Serra,
Ricardo Penteado, e de Marta,
Hélio Silveira, estiveram no TRE
para discutir a data de reinício da
propaganda no rádio e na TV. Silveira, que chegou a telefonar para
o juiz da 1ª Zona Eleitoral, José
Joaquim dos Santos, em busca de
uma definição, defendia que começasse no dia 13. O PSDB, por
sua vez, que ficasse para o dia 18.
O juiz apresentou, então, um
cronograma pelo qual o início será no dia 15. Hoje, um edital determinará que os boletins de urna fiquem à disposição por três dias. A
partir daí, os interessados terão
dois dias para tentar impugnar
qualquer resultado. Só após isso,
será proclamado o resultado oficial da eleição, 48 horas antes do
início dos programas. "É claro
que cada um quer puxar para um
lado. Mas os dois concordaram
com essa decisão", disse Santos.
Com a definição do dia 15 para o
início do horário eleitoral, a propaganda terá 15 dias, já que acabará no dia 29, e será maior do que a
das eleições presidenciais de 2002,
que durou 12 dias, e menor do que
a do último pleito municipal em
São Paulo, que durou 16 dias.
Oficialmente, o PSDB nega que
estivesse disposto a protelar a
campanha para impedir uma reviravolta no cenário. "Não acreditamos que a campanha na TV altere o resultado", afirmou o deputado federal Walter Feldman.
O PT não quis comentar a definição da data. O partido também
não participou do pacto proposto
pelo PSDB para manutenção da
cidade limpa. Ao apresentar a sugestão, Serra tenta pôr o PT numa
sinuca de bico: pára a campanha
ou é acusado de sujar a rua.
Abstenção
O PSDB teme que a coincidência do segundo turno, no
próximo dia 31, com o feriado
prolongado de Finados, que vai
do dia 30 ao dia 2 do mês seguinte, afete o resultado das
eleições em São Paulo.
Preocupado com um eventual aumento significativo do
número de abstenções no segundo turno, o partido do candidato José Serra deverá fazer
pesquisas para verificar a disposição do eleitor de sair da capital em meio ao feriadão e até
liderar uma campanha pela
presença no dia da votação.
O coordenador político da
campanha do tucano, o deputado federal Aloyzio Nunes
Ferreira (PSDB-SP), reconhece
que "essa é uma variável que
não estava presente no primeiro turno e, por isso, é um objeto
de preocupação e ponto de reflexão". De acordo com ele, o
partido já estava atento à ameaça no primeiro turno. Mas, naquele momento, chegar ao segundo turno era a prioridade.
Segundo o deputado federal
Walter Feldman (PSDB-SP),
outro dos coordenadores da
campanha de Serra, a data de
votação chegou a ser tema da
conversa dos tucanos com magistrados do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo
na tarde de ontem. "Os juízes
chegaram a reconhecer que a
legislação poderia ter sido alterada há um ano", contou Feldman, admitindo a preocupação
de seu partido.
O coordenador-geral da
campanha de Serra, José Henrique Lobo, chegou a afirmar
que "foi um equivoco marcar a
eleição" em meio ao feriadão,
"uma coisa que passou despercebida pelo TSE. Se não, eles
não teriam marcado".
Os três avaliam que não é
possível mensurar o impacto
disso nas campanhas, nem saber qual candidatura seria mais
prejudicada pela coincidência.
A coordenação da campanha
à reeleição da prefeita Marta
Suplicy (PT) não quis comentar a possibilidade de o feriado
do Dia de Finados aumentar a
abstenção no segundo turno.
No último domingo, a abstenção na capital foi de 14,95%
do eleitorado. Quem não votou
no primeiro turno pode votar
normalmente no dia 31.
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