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SÃO PAULO
Coordenador de campanha tucana assedia PDT e minimiza acusações contra Maluf, cujo partido deve declarar aliança com PT
Por apoio, PSDB admite até ter PP no governo
DA REPORTAGEM LOCAL
O comando de campanha do
candidato do PSDB à Prefeitura
de São Paulo, José Serra, admitiu
ontem a possibilidade de o PP
participar de seu governo. Ao comentar a hipótese, o coordenador
político da campanha, o deputado federal Aloysio Nunes Ferreira, alegou que "Serra quer um governo bastante amplo, não só
com todos os partidos que o
apoiarem, mas com representantes da sociedade".
Serra, segundo Aloysio, "não
quer um governo monocolor, de
tucanos". Embora frisando que a
montagem do governo não será
"fundamentada apenas nos critérios eleitorais", o coordenador-geral da campanha, José Henrique Lobo, diz que não há objeção
à participação do partido. "O PP
tem nomes de larga experiência
administrativa", disse ele, citando
o deputado estadual Salim Curiati
e seu filho, Curiati Jr., que disputou a campanha como vice de
Maluf, como exemplos.
O deputado federal Walter
Feldman, também coordenador
da campanha de Serra, lembra
que o PP participou do governo
de Fernando Henrique Cardoso.
E diz que o PSDB não quer é "fulanizar" a negociação.
Para justificar o assédio a Maluf,
o ex-presidente nacional do PSDB
José Aníbal tentou minimizar as
acusações que pesam sobre ele.
"O pessoal da CPI do Banestado
diz que não tem elementos para
convocá-lo. Não podemos desencadear conversas políticas só com
base em suposições. Nós temos
objetivamente um propósito que
é eleger o nosso candidato prefeito de São Paulo. E vamos fazer isso com informações objetivas sobre as outras forças políticas, as
outras lideranças, quanto é possível compor com elas", disse Aníbal, que acompanhou Serra em
caminhada em Tatuapé.
Aníbal, que foi o vereador mais
votado desta eleição, com 165.880
votos, chegou a afirmar que Maluf
havia liberado ontem os vereadores do partido para apoios. O PP,
no entanto, negou.
O assédio dos tucanos aos malufistas não se restringe aos contatos feitos por Aloysio Nunes Ferreira com Celso Russomanno. Segundo a Folha apurou, os vereadores Wadih Mutran e Antonio
Salim Curiati já foram procurados para um entendimento. Em
vez de um apoio direto, o PSDB
busca no PP a neutralidade do
partido. A Folha apurou, porém,
que a tendência é que o PP declare
apoio a Marta Suplicy (PT).
Derrotados
Aloysio já procurou o comando
de todos os partidos derrotados
no primeiro turno. Com alguns
interlocutores, pôs Serra ao telefone. No caso do PDT, além de
oferecer a oportunidade de participação no governo, o PSDB lembrou ter apoiado o pedetista João
Henrique Carneiro em Salvador
já o primeiro turno. Os tucanos
pediram que ele intercedesse em
favor de Serra junto a Paulinho.
Serra afirmou ter interesse no
apoio de Paulinho e que há uma
proximidade entre o PSDB e o
PDT. "Tenho o maior interesse
numa aproximação. Nós temos
relação com o PDT. Inclusive na
Bahia, o candidato a prefeito é do
PDT e o vice é do PSDB, um
exemplo claro da proximidade
que temos como partido. O
PSDB, PDT e o PFL chegaram a
fazer uma aliança nacional de
oposição, mas eu não diria que já
há um entendimento imediato a
esse respeito", afirmou.
(CATIA SEABRA e RICARDO BRANDT)
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