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CÂMARA
Oito candidatos ligados a igrejas foram eleitos, um a mais do que em 2000; comportamento do grupo é imprevisível, diz vereador
Bancada evangélica aumenta e muda de perfil
DA REPORTAGEM LOCAL
A bancada evangélica na Câmara Municipal de São Paulo cresceu
pouco, mas mudou muito. Passou dos atuais sete vereadores para oito. No entanto apenas três já
têm mandato atualmente.
Os evangélicos votam unidos
quando se trata de interesses da
igreja e cobram caro seu apoio.
Um dos exemplos mais eloqüentes aconteceu no primeiro ano de
Marta Suplicy (PT) na prefeitura,
quando aprovaram uma lei que
relaxava as regras de barulho para
os templos religiosos, em troca de
apoio a projeto que criava cargos.
A prefeita vetou a maior parte
do texto depois de aprovado pelos
vereadores, mas o vereador evangélico Carlos Apolinário (PDT)
acusou o golpe e reclamou então
que o "PT não cumpriu sua palavra".
Apolinário, da Assembléia de
Deus, é um dos únicos reeleitos,
ao lado do Bispo Atílio (PTB), da
Universal do Reino de Deus, e do
vereador Carlos Alberto Bezerra
Júnior, do PSDB.
Cantora pop
Entre os novos evangélicos na
Câmara Municipal, há de tudo
um pouco. Vão desde a cantora
Noemi Nonato (PSB), uma das
mais pops entre esses religiosos,
até Marta Costa (PTB), eleita pela
coligação com o PT, mas com fortes vínculos malufistas. Seu pai, o
pastor José Wellington, é o líder
do Ministério do Belém da Assembléia de Deus, o mais poderoso de São Paulo, que declarou
apoio a Paulo Maluf (PP).
Completam a nova bancada
evangélica o ex-deputado federal
Jorge Tadeu (PMDB), Jorge Borges (PP) e a Bispa Lenice (PV).
Dos quatro vereadores evangélicos que saíram, um nem tentou
uma vaga e os outros três perderam o apoio de suas igrejas.
O comportamento da nova
bancada, dizem os próprios evangélicos, é imprevisível. "Qualquer
análise é prematura. É muito difícil saber que linha terá essa bancada. Só peço a Deus que se una pelos interesses da cidade, que não
seja uma bancada de despachantes da igreja", afirma o vereador
reeleito Bezerra Jr. (PSDB), mas
não afinado com a bancada.
Entre os atuais evangélicos, o
tucano foi o único a ser indicado
pela ONG Voto Consciente, que
analisa o trabalho do Legislativo.
Além dos oito, há ao menos
duas recém-convertidas, Claudete Alves (PT) e Myryam Athiê
(PPS), que receberam pela primeira vez o apoio da Igreja Evangélica na campanha. Nesses casos,
a igreja contribuiu, mas não foi
definitiva para a eleição.
A petista aparece em folhetos de
campanha, inclusive, ao lado de
um deputado estadual tucano, o
Bispo Gê, que obviamente apóia
José Serra (PSDB).
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