São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Apoio ou quase

Foi "enquanto voava para o Brasil" que Colin Powell, secretário de Estado dos EUA, deu declarações pedindo a Israel que conclua "rapidamente" a operação em Gaza.
E foi o que bastou para jogar o assunto Brasil para baixo, ontem na cobertura das agências internacionais.
Mas sobrou bastante -e, do que sobrou, o que recebeu mais destaque foi a descrição do país, por Powell, como "sólido candidato" a uma vaga no Conselho de Segurança.
O título foi quase o mesmo para os sites da Bloomberg e da Voz da América:
- Brasil é "sólido candidato" a uma cadeira permanente, diz Colin Powell.
O "Financial Times" foi além e deu, como título:
- Powell apóia esforço do Brasil por cadeira no Conselho de Segurança.
Já a Reuters se conteve:
- EUA chegam perto de apoiar Brasil para cadeira no Conselho da ONU.
Em relação à cadeira para o Japão, semanas atrás, o endosso americano foi mencionado como mais efetivo.
 
A Bloomberg ouviu já ontem a reação do embaixador brasileiro nas Nações Unidas:
- É o melhor que se pode obter. Já temos os britânicos, franceses, os russos e chineses, então agora temos o compromisso dos membros permanentes do Conselho.
Ele arriscou que em dois ou três anos o processo de ratificação estará encerrado.
 
Antes mesmo dos elogios rasgados ao Brasil, ontem em São Paulo, o secretário já havia indicado, em entrevista ao "New York Times" de ontem, que as ações do país no Haiti e Venezuela "transformaram o Brasil num grande poder".
Também no "NYT" -e depois publicamente, ontem- Powell questionou a "importância" do tema das inspeções nucleares.
Segundo o "FT", no entanto, o programa nuclear é "alta prioridade" na viagem.

POLÍCIA

Reprodução
Cena de "Team America"
Os criadores de "South Park" atacam de novo.
Semana que vem estréia nos EUA "Team America: World Police", um filme de bonecos copiado da série "Thunderbirds" dos anos 60. Na sátira, uma equipe americana viaja pelo mundo atrás de terroristas com "armas de destruição em massa" e ditadores como o norte-coreano Kim Jong Il. São 90 bonecos, muitos de "liberais" hollywoodianos como Michael Moore, Susan Sarandon, Sean Penn e Alec Baldwin.
O protagonista é um ator da Broadway chamado para se infiltrar na rede terrorista. O filme, segundo "NYT" e outros, é cheio de palavrões e "sexo selvagem". Paris e o Egito são destruídos. A cabeça de Sarandon explode. A crítica do canal Fox News, pró-Bush, adorou.

Antigas
Também a Globo deu por derrotadas as "antigas lideranças", listando "nomes como o de Antonio Carlos Magalhães, na Bahia, Jarbas Vasconcelos, em Pernambuco, e Siqueira Campos, no Tocantins".
Depois "José Sarney, há décadas o maior líder do Maranhão", "Tasso Jereissati, no Ceará", e até o jovem Aécio Neves. Tasso, ao Bom Dia Brasil:
- Faltou voto.

Para a história
A Globo omitiu Paulo Maluf, mas a Jovem Pan ouviu do velho malufista Delfim Netto:
- A liderança de Maluf, que era forte, não tem mais importância, faz parte da história.

Iguais
Nem todos estão satisfeitos com a ascensão de PT e PSDB. No blog Mídia sem Máscara, o destaque ontem foi:
- Socialismo triunfante e democracia em risco... Partidos de esquerda dominam. Que democracia é essa?
Um dia antes, o destaque era "Marta e Serra: no final das contas, são todos iguais".
O site exige "partidos conservadores ou liberais".

Força
Para fechar o balanço, o "Washington Post" destacou ontem que a eleição "fortaleceu" Lula. Já Larry Rohter registrou no "New York Times" que PT e PSDB "mostraram sua força".

OS ELEITOS

Globo/Reprodução
Encerrada a apuração, a Globo descobriu os vereadores, afinal. Ontem o SPTV deu os perfis da petista Soninha e do petebista Celso Jatene, eleito pela coligação de Marta: "formado em direito pelo Mackenzie, ele é delegado de polícia"


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