São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORÇAMENTO 2005

Ministro pede adendo de R$ 180 mi para sua pasta; R$ 400 mi já estão previstos para o ministério

Gil critica omissão do governo na Cultura

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Gilberto Gil (Cultura) disse ontem que o governo federal "tem se omitido do seu papel de investir na cultura" e pediu a senadores R$ 180 milhões a mais no Orçamento do próximo ano para sua pasta.
O apelo do ministro foi feito na Comissão de Educação, que tem a prerrogativa de fazer cinco emendas ao Orçamento. O presidente da comissão, senador Osmar Dias (PDT-PR), disse que uma delas será destinada à Cultura.
Segundo técnicos da pasta, foram reservados R$ 400 milhões para Cultura na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2005, o que corresponderia a menos de 0,3% do total da verba. A LDO é a base para elaborar o Orçamento.
"Historicamente, o governo tem se omitido do seu papel de investir na cultura, especialmente no que diz respeito aos recursos orçamentários, que são a principal fonte das políticas públicas e do custeio de um número significativo de instituições culturais públicas, como museus, teatros, arquivos e a televisão pública", disse o ministro.
Gil pediu R$ 100 milhões para a política de museus e patrimônio e R$ 80 milhões para a de livro, leitura e bibliotecas públicas. Segundo ele, a recomendação da Unesco é um investimento mínimo de 1% dos recursos federais na cultura, mas nos últimos anos o patamar tem ficado entre 0,3% e 0,4%.
"Nos últimos dez anos o Orçamento do Ministério da Cultura tem sido o menor de todos os orçamentos ministeriais, criando uma evidente desproporção entre o Orçamento e a presença efetiva da cultura na vida social do país."
Para justificar a necessidade de investimento em museus e patrimônio cultural, Gil afirmou que "encontramos nossos museus em péssimas condições e isolados da sociedade, encontramos nosso patrimônio à beira da extinção".
Quanto ao fortalecimento da política para livros, disse que 73% dos livros estão concentrados em apenas 16% da população. A meta é zerar o número de municípios sem bibliotecas.


Texto Anterior: Elio Gaspari: No segundo turno, o eleitor virou gado
Próximo Texto: Investimento da União chega a R$ 2,3 bilhões
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.