DA REPORTAGEM LOCAL

Utilizado pela primeira vez numa eleição desde que foi inaugurado, em julho passado, o sistema de monitoramento por câmeras do centro de operações da Polícia Militar de São Paulo conseguiu flagrar ontem seis pessoas fazendo boca-de-urna e distribuindo santinhos perto de locais de votação.
São 101 câmeras espalhadas pela capital, com imagens monitoradas 24 horas por dia por observadores da PM que ocupam uma sala do Copom (centro de operações da PM), localizado na Luz. O sistema custou R$ 6 milhões e tem sido ampliado mês a mês. As câmeras mostraram cabos eleitorais abordando e entregando papéis a eleitores a poucos metros dos locais de votação em quatro locais diferentes da capital.
Uma câmera mostrou o ex-vereador Vicente Viscome (PT do B) entregando papéis a eleitores por volta das 9h20. Ele não foi detido porque entrou num carro de campanha e deixou o local, a rua Itaquaí, no Alto da Mooca, antes da chegada dos policiais.
O número de pessoas detidas por supostos crimes eleitores caiu em relação à última disputa municipal, segundo os números parciais divulgados pela PM. Até o meio da tarde de ontem, cem pessoas haviam sido detidas em todo o Estado, contra 194 no primeiro turno das eleições de 2004. Na capital paulista, dez foram detidos.
A operação da PM no dia das eleições mobilizou cerca de 57 mil policiais, 11,2 mil veículos e 21 helicópteros e aviões no Estado.
Segundo a PM, "constitui crime o uso de alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção de comício ou carreata; a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca-de-urna; e a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos, mediante publicações, cartazes, camisas, bonés, broches ou dísticos em vestuário". É permitia a "manifestação pessoal" do eleitor, com boné, camiseta ou bottom. (RUBENS VALENTE)


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