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Ida de Quintão ao 2º turno impõe derrota a Aécio e Pimentel
Apoiado pelo governador e pelo prefeito, Márcio Lacerda ficou com 43,6% dos votos, contra 41,2% do peemedebista
Resultado apertado causou surpresa; última simulação de 2º turno do Datafolha apontou Lacerda com 47% e Quintão com 42% dos votos
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
FERNANDA ODILLA
ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE
A disputa pela Prefeitura de
Belo Horizonte terá segundo
turno. Marcio Lacerda (PSB),
candidato do governador tucano Aécio Neves e do prefeito
petista Fernando Pimentel,
não evitou uma nova votação.
Na última semana, viram Lacerda cair e a candidatura do
deputado federal Leonardo
Quintão (PMDB) disparar.
Lacerda teve 43,6% dos votos
válidos e Quintão, 41,2%. O resultado apertado foi uma surpresa, pois Lacerda havia mantido larga vantagem nas pesquisas desde agosto.
Na simulação de segundo
turno feita pelo Datafolha em
pesquisa dos últimos dias 3 e 4,
a disputa sinaliza ser acirrada.
Lacerda tem 47% e Quintão,
42%. A margem de erro é de
dois pontos percentuais, para
mais ou para menos.
A campanha de Quintão teve
dois momentos. Para enfrentar
o apoio de Aécio e Pimentel, ele
inicialmente exibiu em seu
programa eleitoral ministros
do PMDB como Hélio Costa
(Comunicações) e José Gomes
Temporão (Saúde). Não deu
certo. Trocou o marqueteiro e
passou a aparecer sozinho na
TV, sem padrinhos. Buscava
um contraponto a Lacerda.
Quintão adotou o discurso de
que mais importante do que
obras é "cuidar de gente". Ao
mesmo tempo, sempre repetiu
ser "amigo" e "aliado" de Aécio.
Lacerda e Quintão vão se
confrontar em outro ambiente
político, mais acirrado, com cobranças e provocações.
O PMDB já começou a cobrar
independência do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva na disputa, por estarem disputando
dois candidatos da base aliada
(PMDB contra PSB, coligado
com o PT-o apoio do PSDB é
informal). Peemedebistas também provocam o governador e
o prefeito Pimentel.
"O eleitor de Belo Horizonte
mostrou que vota com independência, que não aceita, como nunca aceitou, caciquismo
político", disse Hélio Costa.
Costa é um ferrenho crítico
da aliança construída por Aécio
e pelo prefeito. Isso porque já
mira em 2010, quando ele e Pimentel podem disputar a eleição para o governo de Minas.
Quintão, no entanto, só elogia Aécio. Indagado se a ocorrência de segundo turno era
uma derrota do tucano, disse:
"Considero uma vitória de BH.
Essa é uma eleição que só tem
vitória, não tem perdedor".
Pimentel reagiu: "Se Leonardo Quintão quer apoiar Aécio,
deve votar em Lacerda, que é o
candidato do governador".
Saia-justa
Ontem, Quintão e aliados foram acompanhar o voto do vice-presidente José Alencar
(PRB), dizendo ter sido convidados. Mas a assessoria de
Alencar negou o convite -disse
ter divulgado só horário e local
de votação. Alencar apoiou a
candidatura da deputada federal Jô Moraes (PC do B), que foi
ao encontro do vice-presidente
e não gostou da "invasão" peemedebista, apurou a Folha.
Ao ser questionado sobre um
possível apoio a Quintão, Alencar disse que era "cedo para falar" sobre segundo turno.
Jô, que obteve 8% dos votos
válidos, condicionou o apoio a
Quintão a uma decisão da direção nacional do PC do B e a
conversas com o PRB de Alencar e petistas dissidentes. Disse
acreditar que seu partido não
deve apoiar Lacerda.
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