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São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003

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Impacto do livro é muito forte, afirma Nilmário

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Nilmário Miranda (Direitos Humanos) classificou de "muito forte" o impacto causado pelas declarações de Ernesto Geisel reveladas pelo jornalista Elio Gaspari em seu novo livro. "É o próprio presidente falando e discutindo friamente maneiras de eliminar pessoas", disse Nilmário, que esteve preso entre 1972 e 1975.
Em 1974, ele foi transferido de Juiz de Fora (MG) para o DOI-Codi, em São Paulo. "Lá estava entupido de presos políticos. Os 12 dias que fiquei no local foram infernais. Nesse período, ficou claro que prendiam pessoas pacíficas, não era mais contra a luta armada."
Segundo Nilmário, "hoje a questão é achar os corpos". Ele é contrário a medidas punitivas: "É preciso um esforço da sociedade, inclusive de quem participou das operações, para descobrir onde estão os corpos. Mas não se trata de punições".
A representante dos familiares na Comissão de Mortos e Desaparecidos, Suzana Lisboa, afirmou que o jornalista "prestou um favor à história" ao revelar as gravações. "É um favor à história e à nação. Comprova as denúncias que nós, familiares, vínhamos fazendo". Segundo Lisboa, as gravações provam a responsabilidade do Estado na morte de presos.


Colaborou a Reportagem Local


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