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Impacto do livro
é muito forte,
afirma Nilmário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Nilmário Miranda (Direitos Humanos) classificou de "muito forte" o impacto
causado pelas declarações de
Ernesto Geisel reveladas pelo
jornalista Elio Gaspari em seu
novo livro. "É o próprio presidente falando e discutindo friamente maneiras de eliminar
pessoas", disse Nilmário, que
esteve preso entre 1972 e 1975.
Em 1974, ele foi transferido
de Juiz de Fora (MG) para o
DOI-Codi, em São Paulo. "Lá
estava entupido de presos políticos. Os 12 dias que fiquei no
local foram infernais. Nesse período, ficou claro que prendiam pessoas pacíficas, não era
mais contra a luta armada."
Segundo Nilmário, "hoje a
questão é achar os corpos". Ele
é contrário a medidas punitivas: "É preciso um esforço da
sociedade, inclusive de quem
participou das operações, para
descobrir onde estão os corpos.
Mas não se trata de punições".
A representante dos familiares na Comissão de Mortos e
Desaparecidos, Suzana Lisboa,
afirmou que o jornalista "prestou um favor à história" ao revelar as gravações. "É um favor
à história e à nação. Comprova
as denúncias que nós, familiares, vínhamos fazendo". Segundo Lisboa, as gravações
provam a responsabilidade do
Estado na morte de presos.
Colaborou a Reportagem Local
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