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Avião pousou
em aeroporto
sem fiscalização
DA REPORTAGEM LOCAL
Encarregado de trazer as
caixas de bebida nas quais,
supostamente, estariam dólares enviados de Cuba para
a campanha de Luiz Inácio
Lula da Silva, Vladimir Poleto pediu ao piloto que o levasse ao aeroporto de Amarais quando chegaram a Viracopos, em Campinas.
Para a decolagem, Poleto
teve que esperar por cerca de
30 minutos em Viracopos.
"Não saiu do lado do avião.
Ficou grudadinho lá", lembra o piloto Alécio Fongaro,
responsável pelo vôo.
Segundo Fongaro, em
Amarais não existe controle
da Infraero, nem do Estado
de São Paulo para fiscalização da bagagem. Poleto pediu para ser levado até lá assim que aterrissaram em Viracopos, por volta das 16h30
de 31 de julho de 2002.
Lacradas com fita isolante,
as três caixas ficaram dentro
do avião. O Seneca RSX chegou no fim da tarde a Amarais. "Poleto era esperado no
estacionamento".
O relato do piloto põe em
xeque a versão de Poleto, ex-assessor do ministro Antonio Palocci, de que desconhecia a carga.
Segundo reportagem da
revista "Veja", as caixas continham dólares vindos de
Cuba. A denúncia foi rechaçada pelos governistas.
O avião foi emprestado pelo empresário José Roberto
Colnaghi, amigo de Palocci.
Colnaghi confirmou ter
feito o empréstimo, mas
procurou se eximir de responsabilidade a respeito do
uso do jatinho. Não falou sequer a quem o havia cedido.
A Folha, porém, revelou
ontem que Fongaro fez, a
serviço de Colnaghi, o transporte de Poleto e das três caixas de bebida. Na próxima
terça-feira, Poleto irá depor
na CPI dos Bingos.
Outro ex-assessor de Palocci, Rogério Buratti diz ter
sabido, em 2002, do envio de
dinheiro. Ele declarou não
ter visto os dólares e creditou
a informação a Ralf Barquete. Ex-assessor de Palocci,
Barquete morreu em 2004.
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