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JANIO DE FREITAS
O poder do grupo
Tão ou mais importante que
a constatação do sinuoso percurso de verbas Banco do Brasil-Visanet-Valério-PT-embolsadores, o recente relatório da
Controladoria Geral da União
sobre licitações nos Correios vai
muito além do seu tema. As
comprovações que relata trazem de volta ao centro da crise a
já esquecida Secretaria de Comunicação e o seu ex-ministro
Luiz Gushiken, com o inevitável
comprometimento da Presidência da República na origem e no
abastecimento do sistema movido por Valério e Delúbio.
O assunto não é inédito aqui,
nem ficou só no que foi publicado. Por trás do noticiário e dos
comentários de cada dia, há todo um universo de fatos, próprios da vida jornalística, que
não chegam ao leitor. Exemplo
desse lado do avesso foram as
iniciativas de Luiz Gushiken para contestar, em contato comigo, as observações aqui feitas sobre a licitação de que a SMPB
foi vencedora nos Correios.
Uma, preliminar, de que a licitação foi irregular. A outra, de
que a Secom interferiu no resultado da licitação, ao alterar exigências técnicas que impediam
a empresa de Marcos Valério.
Secos mas educados, os contatos
diretos e indiretos de Gushiken
foram devidamente registrados.
Inconvincentes, no entanto.
A auditoria agora relatada
pela Controladoria Geral da
União confirmou as irregularidades da licitação e, como parte
delas, a interferência da Secom
que beneficiou a SMPB de Valério. A CGU compensa a incompetência desmoralizante do plenário da CPI dos Correios no interrogatório de Luiz Gushiken.
O relatório da CGU ocupa-se
dos Correios. Mas ainda há,
pendentes de auditoria, as relações da arbitrária Secom com
várias outras estatais e, claro,
com o Banco do Brasil-Visanet.
E não são menos merecedoras
de auditoria as verbas "de propaganda" da Presidência da República.
A comprovação auditada de
que a Secom favoreceu a SMPB
em licitação oficial, que não poderia ganhar, é uma evidência
objetiva -e procedente do próprio governo- de que Marcos
Valério e Delúbio Soares não
montaram esquema algum. Nenhum dos dois teria autoridade
para alterar regulamentos licitatórios e orientar altas verbas.
O que houve foi uma estratégia
de grupo -e a esquecida Secretaria de Comunicação da Presidência da República foi um dos
seus instrumentos.
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