São Paulo, terça-feira, 06 de dezembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RUMO A 2006

Segundo ministro das Relações Institucionais, presidente poderá interferir nas disputas entre pré-candidatos do PT às eleições estaduais

Lula mediará prévias polêmicas, diz Wagner

PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode interferir nas disputas entre pré-candidatos do PT nos Estados quando houver "polêmica", disse ontem o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, um dia depois de ficar acertado que a ex-prefeita Marta Suplicy e o senador Aloizio Mercadante vão disputar em maio a candidatura do partido ao governo de São Paulo.
"Ainda é muito cedo, mas, se houver muita polêmica, ele deve chamar os dois para uma conversa", disse Wagner, se referindo ao caso São Paulo, mas deixando claro que a mediação também pode ocorrer em outros Estados.
A declaração do ministro contrasta com manifestações anteriores do Planalto, que normalmente nega ingerência nas disputas entre os petistas nos Estados. Mercadante espera um aceno de Lula, enquanto Marta conta com a não-intervenção do presidente. Na semana passada, a ex-prefeita ouviu de Lula que os dois "são excelentes nomes" e que ele vai "respeitar a decisão dos filiados".
Ontem, Wagner deixou claro que o presidente vai intervir se achar que a disputa extrapola e prejudica seus interesses, mas não deixou claro como seria tal ingerência. O ministro destacou, porém, que as alianças nos Estados ainda dependem dos acordos da provável candidatura do presidente Lula e também da oposição. Um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência, o prefeito de São Paulo, José Serra, fez aliança com o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), e procura novas adesões.
Wagner disse esperar que Lula anuncie sua candidatura à reeleição em fevereiro. O presidente sempre afirma que ainda não decidiu se vai concorrer, apesar de já ter admitido que será candidato em uma declaração que depois classificou como "lapso".
"Espero que ele anuncie em fevereiro, mas pode ser em março, abril ou maio", disse Wagner, quando comentava os investimentos do governo em 2006.
Sobre possíveis liberações e prioridades no ano eleitoral, disse que Lula "está preocupado apenas com a execução do Orçamento e em alavancar a economia".
No dia 19, haverá mais uma reunião ministerial, a quarta deste ano. Na última, em agosto, o presidente falou que se sentia "traído por práticas inaceitáveis", em referência às denúncias do escândalo do "mensalão".


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