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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RUMO A 2006
Segundo ministro das Relações Institucionais, presidente poderá interferir nas disputas entre pré-candidatos do PT às eleições estaduais
Lula mediará prévias polêmicas, diz Wagner
PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva pode interferir nas disputas
entre pré-candidatos do PT nos
Estados quando houver "polêmica", disse ontem o ministro das
Relações Institucionais, Jaques
Wagner, um dia depois de ficar
acertado que a ex-prefeita Marta
Suplicy e o senador Aloizio Mercadante vão disputar em maio a
candidatura do partido ao governo de São Paulo.
"Ainda é muito cedo, mas, se
houver muita polêmica, ele deve
chamar os dois para uma conversa", disse Wagner, se referindo ao
caso São Paulo, mas deixando claro que a mediação também pode
ocorrer em outros Estados.
A declaração do ministro contrasta com manifestações anteriores do Planalto, que normalmente
nega ingerência nas disputas entre os petistas nos Estados. Mercadante espera um aceno de Lula,
enquanto Marta conta com a não-intervenção do presidente. Na semana passada, a ex-prefeita ouviu
de Lula que os dois "são excelentes nomes" e que ele vai "respeitar
a decisão dos filiados".
Ontem, Wagner deixou claro
que o presidente vai intervir se
achar que a disputa extrapola e
prejudica seus interesses, mas não
deixou claro como seria tal ingerência. O ministro destacou, porém, que as alianças nos Estados
ainda dependem dos acordos da
provável candidatura do presidente Lula e também da oposição.
Um dos pré-candidatos do PSDB
à Presidência, o prefeito de São
Paulo, José Serra, fez aliança com
o prefeito do Rio, Cesar Maia
(PFL), e procura novas adesões.
Wagner disse esperar que Lula
anuncie sua candidatura à reeleição em fevereiro. O presidente
sempre afirma que ainda não decidiu se vai concorrer, apesar de já
ter admitido que será candidato
em uma declaração que depois
classificou como "lapso".
"Espero que ele anuncie em fevereiro, mas pode ser em março,
abril ou maio", disse Wagner,
quando comentava os investimentos do governo em 2006.
Sobre possíveis liberações e
prioridades no ano eleitoral, disse
que Lula "está preocupado apenas com a execução do Orçamento e em alavancar a economia".
No dia 19, haverá mais uma reunião ministerial, a quarta deste
ano. Na última, em agosto, o presidente falou que se sentia "traído
por práticas inaceitáveis", em referência às denúncias do escândalo do "mensalão".
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