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VIOLÊNCIA
Traficante estaria em avião brasileiro destruído na quarta-feira; aeronave caiu em área controlada por guerrilheiros
Colômbia pode ter matado Beira-Mar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E
DA REPORTAGEM LOCAL
Um relatório do governo da Colômbia classifica como "altamente provável" a hipótese de Luiz
Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, um dos maiores
traficantes do país, ser um dos
ocupantes de uma aeronave com
prefixo brasileiro destruída naquele país na última quarta-feira.
As informações sobre a possível
morte do criminoso foram levantadas pelo serviço de inteligência
militar da Colômbia e repassadas
às autoridades brasileiras anteontem à tarde, apurou a Folha.
Como ainda não foram feitos os
reconhecimentos dos corpos de
quem estava no avião, a suspeita
não foi confirmada. O relatório do
serviço de inteligência diz, segundo a Folha apurou, que dois
aviões foram destruídos, dos
quais somente um tinha prefixo
brasileiro. Logo depois do incidente e antes de ser levantada a hipótese da presença de Fernandinho Beira-Mar na aeronave, a
FAC (Força Aérea da Colômbia)
informou que um avião havia entrado ilegalmente no território colombiano pela selva ao sul do país,
saindo do Brasil, e aparentemente
transportando drogas.
Segundo a FAC, seu sistema de
defesa aérea detectou o movimento de um bimotor em Vaupés, a sudoeste do país. O avião foi
destruído, conforme a FAC, em
uma pista perto do rio Apaporis,
onde havia pousado.
O governo da Colômbia e a Embaixada do Brasil em Bogotá negam que Beira-Mar tenha morrido morrido em decorrência da
derrubada do avião. A assessoria
da FAC informou que não há ainda confirmação de corpos no
avião abatido.
"É puro boato. O governo colombiano não identificou os mortos. Nosso adido militar entrou
em contato com a Polícia Federal
brasileira, que tem informações
de que o traficante está vivo", afirmou Marcos de Vicenzi, embaixador brasileiro na Colômbia.
Identificação
A identificação conclusiva dos
ocupantes da aeronave está sendo
dificultada porque o local onde os
aviões foram destruídos está dentro de um território controlado
pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), grupo guerrilheiro marxista que luta
contra o governo da Colômbia.
O serviço de inteligência colombiano acredita que dentro da aeronave abatida se encontrava o
comandante Negro Acácio, um
dos principais líderes das Farc.
Políticos ligados às Farc procurados pela Folha negaram ontem
a morte de Negro Acácio.
Rio desconhece
A Secretaria de Segurança Pública do Rio não recebeu informação que confirme a suspeita de
que Fernandinho Beira-Mar tenha morrido na Colômbia.
Beira-Mar é conhecido por ser
um grande atacadista de drogas
(sobretudo a maconha) e armas.
A atuação dele visa abastecer
principalmente a região Sudeste.
Estão na sua rota Estados como
Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Os rumores de que Beira-Mar
estaria na Colômbia existem desde meados de 1999, mas nunca foram confirmados. O governo colombiano tem repassado informações à embaixada brasileira
sobre supostas atividades do traficante Fernandinho Beira Mar no
país desde o início de 2000.
Segundo os relatórios, o traficante faria parte de um esquema
triangular de troca de cocaína por
armas contrabandeadas da Guiana Francesa. O esquema teria ramificações em Belém e Recife.
Segundo as informações da Colômbia, as armas enviadas por
Fernandinho seriam repassadas
às Farc. Mas a relação entre o traficante brasileiro e a guerrilha
nunca foi confirmada.
O secretário de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, chegou a viajar para a Colômbia, em
outubro passado, na esperança de
trazer o traficante preso. Mas a
missão fracassou.
Colaborou a Sucursal do Rio
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