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ÍNDIOS
Missão policial será enviada à área ashaninka
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma missão composta por policiais federais, militares e florestais, representantes da Funai
(Fundação Nacional do Índio) e
dos índios ashaninka será enviada nesta semana à região do Alto
Amônia, no Acre, que foi invadida por madeireiros peruanos.
A região faz parte da reserva indígena Kampa e estava sendo invadida por madeireiros desde
março passado, segundo a Funai.
Nas últimas semanas, a situação
entre os ashaninka (que vivem na
região) e os madeireiros ficou tensa e havia possibilidade de conflito. Os índios chegaram a se armar. Naquela área de fronteira,
por onde passa o rio Amoninha,
vivem cerca de 300 peruanos.
A Polícia Federal e a Funai sobrevoaram a área e constataram
que os peruanos haviam derrubado árvores dentro da reserva e feito picadas e trilhas na selva para
transportar a madeira.
Segundo o diretor da Funai em
Rio Branco, Antônio Pereira Neto, a possibilidade de conflito já
foi afastada e a situação na reserva
indígena é "tranquilíssima". "Eles
estão tranquilos, esperando a
gente chegar", afirmou.
Para Pereira Neto, a única coisa
que vai restar à missão será "constatar o tamanho do prejuízo".
O objetivo das equipes que estarão na região do Alto Amônia será contabilizar a quantidade de
madeira derrubada e já retirada
da reserva, o que foi derrubado e
abandonado e a madeira que estava marcada para ser cortada.
A missão também vai procurar
rastrear as picadas abertas na mata para descobrir de onde vinham
os madeireiros.
Em março do ano passado, os
índios ashaninka chegaram a denunciar a construção de uma estrada clandestina que seria usada
para transporte de madeira. A reserva ashaninka é uma região de
madeiras nobres e caras, como o
mogno e o cedro.
A Funai acredita também que
poderá, com a missão, recolher
indícios suficientes para que os
ashaninka possam pedir indenização ao governo peruano pelos
danos causados à reserva.
A ação seria movida pelos próprios índios contra o governo peruano por intermédio do Ministério Público Federal.
Além disso, os índios e a Funai
disseram já ter pedido um reforço
no policiamento na fronteira.
"Essa área precisa ter policiamento ostensivo brasileiro, assim como tem dos peruanos", afirma
Pereira Neto. A viagem da missão
à região do rio Amoninha será
custeada pelo governo do Acre.
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