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OUTRO LADO
Procuradoria tem plano para sanar problema
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Por ordem do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), a
Procuradoria da Fazenda Nacional elaborou estratégia de
ação para sanar os problemas
que vêm sendo noticiados pela
Folha. O plano prevê investimentos de R$ 130 milhões em
2004. A cúpula do órgão espera
que Palocci libere nos próximos dias pelo menos 60% desse valor, ou seja, R$ 80 milhões.
Só para dotar os computadores do Cida (Cadastro da Dívida Ativa da União) de dispositivos de segurança antifraude,
estima-se que sejam necessários R$ 6 milhões. A estratégia
foi concebida em duas fases.
O procurador-geral da Fazenda Nacional, Manoel Felipe
Rêgo Brandão, diz que a primeira fase estará concluída até
o final de julho. Contempla a
criação de um mecanismo chamado de "senha de supervisão"
ou "autorização cruzada".
Servidores que dispõem de
senha de acesso ao sistema só
poderão mexer na base de dados se forem previamente autorizados pelos procuradores-chefes nos Estados.
A segunda fase prevê a certificação digital dos usuários dos
computadores. Além da senha,
passariam a ser identificados
por um cartão magnético com
código de barras e por equipamentos que fariam a "leitura"
da íris dos servidores. Depende
da quantidade de dinheiro a ser
liberada, e os equipamentos serão adquiridos por licitação.
O plano prevê ainda a criação
de uma "auditoria permanente
da dívida ativa" e a realização
de visitas periódicas aos escritórios da Procuradoria da Fazenda nos Estados.
Sugeriu-se também ao ministro da Fazenda a contratação
de novos 500 procuradores fazendários, o que elevaria o quadro a 1.500. Os novos servidores seriam lotados em Brasília e
em seis Estados (SP, RJ, MG,
PR e RS). Juntas, essas unidades da Federação concentram
90% dos R$ 200 bilhões em créditos inscritos em dívida ativa.
A idéia é compor grupos especializados na cobrança de grandes devedores. Embora prevista em lei, a priorização da cobrança das maiores dívidas
nunca foi de fato implantada.
Se vingarem as "novas"
idéias, seriam fixadas metas
para a execução desses débitos
graúdos. Os escritórios regionais da Procuradoria da Fazenda se obrigariam a prestar contas anuais dos resultados.
Para aliviar o trabalho de
procuradores fazendários, sugere-se que seja ampliado de
R$ 2.500 para R$ 10 mil o valor
das dívidas sujeitas a cobrança
judicial. Abaixo desse montante, o débito seria inscrito normalmente em dívida ativa, mas
a Procuradoria estaria dispensada de cobrar em juízo.
A Procuradoria da Fazenda
deseja também "limpar" os arquivos da dívida ativa.
O plano contém, de resto,
propostas para "azeitar" a comunicação entre as redes informatizadas da Procuradoria da
Fazenda e da Receita, facilitar o
confisco de bens e penhora do
faturamento de devedores.
(JOSIAS DE SOUZA)
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