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OUTRO LADO
Governador diz desconhecer investigação
DO ENVIADO ESPECIAL A JOINVILLE (SC)
"Não tenho conhecimento
de qualquer investigação a respeito da minha participação
nesse projeto", afirmou o governador Luiz Henrique da Silveira, por meio de sua assessoria. "Se houver, simplesmente
vai levar ao reconhecimento de
que tenho lutado para que o
Brasil possua a melhor escola
de dança clássica do mundo."
Ele considerou "muito estranha" essa investigação. "O processo foi transparente. A Paramount, conforme documentos, outorgou ao sr. João Prestes poderes para representá-la.
Foi com base nesses fatos que
sancionei a lei, aprovada pela
Câmara Municipal de Joinville,
que criou a escola no Brasil, absolutamente convicto da sua legalidade. Não fora isso, a realidade dos fatos convalidaria e
legitimaria o projeto, sobrepondo-se a quaisquer filigranas jurídicas", disse.
Sobre o ofício ao Banco do
Brasil, o governador disse que
"buscou a reciprocidade pelo
privilégio dos depósitos da prefeitura". Disse que não recebeu
correspondência de João Prestes sugerindo a montagem de
defesa na Justiça. "Se tem tal
conteúdo, não faz nenhum
sentido", afirmou.
O vice-prefeito de Joinville,
Rodrigo Bornhald, que esteve
na Rússia, enviou ofício do diretor-geral do Teatro Bolshoi,
T.G. Iksanov, atestando que a
Paramount "sempre tem honrado na íntegra e oportunamente todos os compromissos
financeiros assumidos com o
Teatro Bolshoi da Rússia".
João Prestes não quis fazer
declarações sobre o processo.
Seus advogados acusam o procurador Davy Rocha de desvio
de poder e abuso de autoridade. Alegam "exploração ruidosa" pela mídia e "vícios e ilegalidades na denúncia".
Nos autos, o advogado René
Dotti pediu a rejeição da denúncia por violação do princípio do devido processo legal e
por falta de justa causa. "A prova obtida é ilegítima. O MPF
deveria aguardar o desfecho do
inquérito policial para oferecer
a denúncia. Refutou a acusação
de peculato, pois o fato "não
contou com a participação de
nenhum funcionário público".
Sobre a acusação de formação de quadrilha, alegou que
"não há prova de que todos os
acusados se conheciam". Segundo Dotti, as empresas "não
receberam qualquer pagamento por parte dos Correios, mas
de uma pessoa jurídica de direito privado". "Por questões
contábeis, [Prestes] dividiu a
remuneração recebida durante
dois anos em quatro empresas.
Mas de tudo se fez o devido registro."
(FV)
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