São Paulo, domingo, 07 de março de 2010

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Fundo contratou empresa para leiloar títulos

DA SUCURSAL DO RIO

Em dezembro de 2004, o Rioprevidência contratou uma empresa -a ASM Asset Management, do Rio- para montar um fundo de investimentos lastreado em títulos mobiliários que possuía. A empresa lançou em leilão as cotas desse fundo.
Paralelamente, montou outro fundo, para captar dinheiro de fundos de pensão estatais e recomprar papéis de investidores, após o leilão.
Para os investidores, o valor da carteira do Rioprevidência estava nos contratos de financiamento com correção alta assegurada.
Em vez de esperar para receber títulos públicos do governo federal na data do resgate, o Rioprevidência vendeu os direitos, com deságio, para antecipar a receita.
A Fundação Padre Leonel França, da PUC do Rio, foi contratada para calcular o preço de mercado dos títulos corrigidos e chegou a R$ 131,9 milhões. O Rioprevidência usou o laudo para fixar o preço mínimo.
Para o governo do Estado, o laudo foi ""falho e errado". Já para a CVM, faltou visibilidade no leilão e tempo para que outros interessados estudassem os contratos.
Quatro pessoas pagaram R$ 135 milhões pela carteira imobiliária com 24.716 contratos. No dia do leilão, revenderam 4.596 contratos por R$ 142 milhões. No intervalo de quatro meses, o grupo revendeu 11.381 contratos, por R$ 354 milhões.
Diante do ganho rápido, a questão é se o Rioprevidência vendeu a carteira por menos do que valia ou os fundos pagaram mais do que deviam. Ainda não há resposta.
Só o Real Grandeza não vendeu sua participação para um grupo de investidores estrangeiros. Os que saíram declaram ter obtido lucro.
Os contratos fazem parte agora de fundo de investimento administrado pela Vision Brasil. O diretor da Vision, Amaury Fonseca Júnior, disse que pagou R$ 366 milhões por 6.885 contratos. Para ele, foi um bom negócio para os estrangeiros. (EL)


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