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PAC será usado para conter crise, diz Dilma
Falando para prefeitos do Nordeste, ministra afirma que obras poderão compensar efeitos negativos em cidades menores
No mesmo evento, Aécio faz
"inconfidência" e diz que
Lula lhe "assegurou que está
buscando solução para as
prefeituras" endividadas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MONTES CLAROS
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu ontem
em discurso o desenvolvimento da região nordestina e justificou os programas do governo,
como PAC e o plano habitacional, voltados para as cidades
mais pobres. Dilma estava discursando no encerramento do
fórum dos governadores da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste),
para uma plateia formada também por prefeitos. "Se o Nordeste não se desenvolver, não
haverá desenvolvimento definitivo no Brasil."
Dilma afirmou que obras do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) serão usadas
também para compensar os
efeitos da crise nas localidades
menores e que o governo estuda dar ajuda aos municípios devido à perda de arrecadação.
"O governo não vai agora deixar que a questão da crise recaia de forma mais pesada sobre o Nordeste e os seus municípios. O presidente vai manter
essa preocupação", afirmou ela.
E acrescentou que essas cidades poderão receber "contrapartidas" com o PAC.
A ministra disse que, apesar
de o déficit habitacional se concentrar nas maiores cidades, isso não significa que as menores
não participarão do programa
anunciado pelo governo. Afirmou que haverá construções de
moradias em cidades entre 50
mil e 100 mil habitantes e que
há R$ 1 bilhão para habitações
rurais e ações sociais em pequenas e médias localidades.
Houve preocupação em acalmar os prefeitos também por
parte do governador de Minas,
Aécio Neves (PSDB). Ao discursar, ele disse que faria uma "inconfidência": "O presidente me
assegurou que está buscando
solução para as prefeituras".
Na reunião da Sudene, foi
acertado o programa de financiamento para a ferrovia
Transnordestina. Do total de
R$ 5,3 bilhões, cerca de 50% serão financiados pelo fundo da
Sudene, BNB e BNDES, além
de aportes do governo federal.
Segundo Dilma, a Transnordestina, que terá 2.300 km de
linha férrea, é parte do planejamento de desenvolvimento do
nordeste. Na reunião, Lula assinou o decreto que regulamenta
as zonas de processamento de
exportação, as ZPEs.
O encerramento foi com homenagens ao ex-presidente
Juscelino Kubitschek, criador
da Sudene, e ao vice-presidente
José Alencar.
Lula se comparou ao ex-presidente para se dizer injustiçado pelo Congresso. O presidente fazia referência às denúncias
do mensalão, surgidas em 2005
e sob julgamento pela Justiça.
"Eu tinha certeza de que a hora
em que o povo assistisse àquelas cenas [da minissérie sobre
JK exibida na TV] dos deputados fazendo desaforo para o JK,
eu dizia: o povo vai compreender o que está acontecendo no
Brasil com as acusações de que
eu estava sendo vítima. Eu tinha clareza de que o povo ia
perceber que havia quase que
uma repetição histórica", disse
o presidente.
Alencar agradeceu e lembrou
o fato de o presidente dos EUA,
Barack Obama, ter chamado
Lula de "cara". "Se ele é o cara,
eu sou o vice-cara."
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