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Marina faz giro pelo NE para se contrapor a transposição de rio
Pré-candidata do PV alerta que obra no São Francisco não é suficiente para resolver problema da falta d'água na região
Na viagem, senadora vai abordar alternativas como
a dessalinização da água de poços e a necessidade da revitalização total do rio
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pré-candidata a presidente
pelo PV, a senadora Marina Silva prepara um giro pela região
mais seca do país para marcar
posição contra a ideia de que a
transposição do rio São Francisco resolverá o problema da
falta d'água dos nordestinos.
A obra de transposição, orçada em R$ 5,5 bilhões, é um dos
carros-chefes do governo Lula
e uma das vitrines da candidatura petista de Dilma Rousseff.
A meta é inaugurar ainda
neste ano um dos dois canais do
projeto, vendido pela propaganda oficial como a solução
para a oferta de água, até 2025,
para Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
A viagem, prevista para maio,
deve incluir o interior do Rio
Grande do Norte e o sul do Ceará, em especial o Cariri.
Enquanto ministra do Meio
Ambiente, Marina nunca se posicionou diretamente contra o
projeto, já que a abertura dos
canais dependia de licenças do
Ibama, subordinado à sua pasta
-ela sempre disse que não havia, do ponto de vista ambiental, motivos para condená-lo.
Porém Marina não vê na
transposição uma solução imediata para a falta de água no
Nordeste. Para ela, a obra depende de um processo completo de revitalização do rio.
"A visita é importante para
valorizar esse debate", afirma o
ex-deputado federal Luciano
Zica (PV-SP), um dos coordenadores da campanha.
Na região, Marina apresentará propostas alternativas, como
de dessalinização da água retirada de poços artesianos (imprópria para beber), além de
bater na tecla da revitalização.
A visita da acriana também é
uma forma de afago ideológico
ao PV, já que a região seria uma
das mais afetadas pelo aquecimento global. "Estão no centro
da atenção do partido a savanização da Amazônia, as chuvas
no centro-sul e a desertificação
do semiárido", diz o vereador
carioca Alfredo Sirkis, outro
coordenador da campanha.
No semiárido, Marina se posicionará sobre Bolsa Família e
a geração de emprego.
Ontem, em seminário no Senado sobre mudanças na legislação ambiental, a pré-candidata afirmou desconhecer a real
participação do governo Lula
no avanço de projetos que
afrouxam as regras de preservação. "Infelizmente isso acontece com a anuência ou com a
omissão do governo federal."
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