São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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Economista diz que vai "proteger" FHC e Serra

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O economista Ricardo Sérgio de Oliveira tem dito a pessoas próximas que vai proteger o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e o pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra.
Segundo a Folha apurou, Ricardo Sérgio disse o seguinte para pelo menos um interlocutor que priva da sua total confiança: "O pessoal do Planalto está me tratando bem". Não detalhou o que seria esse tratamento, mas deu a entender que está recebendo sinais de apoio.
O economista foi procurado por emissários do governo Fernado Henrique Cardoso nos últimos dias. Foi tranquilizado e informado de que não será abandonado pelo núcleo tucano comandado pelo presidente.
Ao comentar a reportagem da revista "Veja" do fim de semana, Ricardo Sérgio disse: "Queriam que eu repicasse. Mas eu não vou repicar". Segundo a Folha apurou, o economista acha que adversários de José Serra querem pressioná-lo para que ele conte detalhes de suas atividades como arrecadador de campanha.
Houve alguns momentos em que Ricardo Sérgio chegou a pensar em dar entrevistas comentando sua passagem pelo governo FHC. A época em que essa idéia esteve mais próxima de se realizar foi no final de 98 e no início de 99, quando ele foi demitido do Banco do Brasil.
Em seguida, Ricardo Sérgio se recompôs com o governo. A situação voltou a piorar no final do ano passado e no início do atual. O economista começou a se sentir novamente um pouco abandonado pelo Palácio do Planalto, pois recomeçaram a aparecer reportagens sobre ele na mídia.

Experiência
Uma pessoa muito ligada aos tucanos, Clóvis Carvalho (ex-ministro da Casa Civil e do Desenvolvimento de FHC) foi investido já há algum tempo de uma tarefa permanente: acalmar e tranquilizar o economista.
Até o momento, tem dado certo a estratégia. Quem conversa com o economista Ricardo Sérgio não enxerga no ex-arrecadador de fundos de campanha de FHC e de Serra a intenção de falar mal do governo.

Dia tenso
Ontem foi um dia tenso, por causa da expectativa a respeito da entrevista que seria concedida, no início da noite, pelo ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros.
Ricardo Sérgio se reuniu com seu advogado, José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça de FHC), no final da tarde. Traçaram juntos a linha de ação para esta semana.
Juntamente com Dias, o economista decidiu que não dará declarações públicas além das que a revista "Veja" já publicou. Dirá sempre que são mentiras as acusações de que teria cobrado propina nas privatizações nos anos 90. Se for novamente atacado e novas acusações surgirem, Ricardo Sérgio pode então reconsiderar e talvez dar novas explicações. Mas essa não é a sua intenção.



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