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Lula ataca FHC ao dizer que o país voltou a crescer
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
JANAÍNA LEITE
ENVIADA ESPECIAL A CAMPINAS
No anúncio da reestruturação
da Brasil Ferrovias, em Campinas,
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva fez críticas à gestão do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e, sem citar o nome de
FHC, disse que o país voltou a
crescer depois de dez anos.
"O Brasil, graças a Deus, voltou
a crescer como não fazia há dez
anos", disse Lula. No evento da
holding, que reúne as operações
de Ferronorte, Ferroban, Novoeste e Portofer, Lula falou em corrosão do setor social e da infra-estrutura no período FHC.
"O país [naquele tempo] deixou
de pensar em si mesmo como sistema econômico integrado. A lógica de cada um por si teve efeitos
negativos em diferentes áreas,
mas foi sobretudo corrosiva no
setor social e na infra-estrutura."
Apesar do tom pré-eleitoral do
discurso, Lula declarou que há limites para a disputa. "O Brasil
não pode permitir que uma eleição possa atrapalhar um modelo e
um projeto de desenvolvimento
que possa transformar esta nação
em soberana, geradora de riqueza
e distribuidora de renda."
Também disse que seus antecessores "negligenciaram" investimentos em infra-estrutura.
Diante do governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
Lula classificou isso como erro estratégico e "aceitação passiva da
dependência" de capitais estrangeiros. Na avaliação de Lula, o
país superou ""esquematismos
doutrinários" que norteavam
ações dos governos anteriores.
Pouco antes da fala presidencial, Alckmin, considerado nome
forte para disputar a Presidência
em 2006, cobrou a construção do
Ferroanel (malha ferroviária que
circunda Campinas e a região metropolitana de São Paulo). Como
resposta, Lula recordou que, nos
tempos de FHC, a balança comercial era deficitária. "É bom lembrar que de 1995 até o começo de
2003, o Brasil teve déficit comercial de US$ 2 bi todos os anos."
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