São Paulo, sábado, 07 de maio de 2005

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Lula ataca FHC ao dizer que o país voltou a crescer

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

JANAÍNA LEITE
ENVIADA ESPECIAL A CAMPINAS

No anúncio da reestruturação da Brasil Ferrovias, em Campinas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, sem citar o nome de FHC, disse que o país voltou a crescer depois de dez anos.
"O Brasil, graças a Deus, voltou a crescer como não fazia há dez anos", disse Lula. No evento da holding, que reúne as operações de Ferronorte, Ferroban, Novoeste e Portofer, Lula falou em corrosão do setor social e da infra-estrutura no período FHC.
"O país [naquele tempo] deixou de pensar em si mesmo como sistema econômico integrado. A lógica de cada um por si teve efeitos negativos em diferentes áreas, mas foi sobretudo corrosiva no setor social e na infra-estrutura."
Apesar do tom pré-eleitoral do discurso, Lula declarou que há limites para a disputa. "O Brasil não pode permitir que uma eleição possa atrapalhar um modelo e um projeto de desenvolvimento que possa transformar esta nação em soberana, geradora de riqueza e distribuidora de renda."
Também disse que seus antecessores "negligenciaram" investimentos em infra-estrutura. Diante do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Lula classificou isso como erro estratégico e "aceitação passiva da dependência" de capitais estrangeiros. Na avaliação de Lula, o país superou ""esquematismos doutrinários" que norteavam ações dos governos anteriores.
Pouco antes da fala presidencial, Alckmin, considerado nome forte para disputar a Presidência em 2006, cobrou a construção do Ferroanel (malha ferroviária que circunda Campinas e a região metropolitana de São Paulo). Como resposta, Lula recordou que, nos tempos de FHC, a balança comercial era deficitária. "É bom lembrar que de 1995 até o começo de 2003, o Brasil teve déficit comercial de US$ 2 bi todos os anos."


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