São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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Para assessor de Lula, mensalão não se sustenta

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Virtual coordenador do programa de governo da campanha à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o assessor especial do presidente Marco Aurélio Garcia diz que o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, "está equivocado" ao dizer que o mensalão existiu.
Garcia afirma que Lula apresentará programa de governo "sintético", enumerando realizações que permitiriam uma "mudança de qualidade no segundo mandato".
Dizendo que desqualifica o "conceito de mensalão", Garcia afirma que ele foi "uma invenção do Roberto Jefferson que uma parte da elite brasileira, na falta de uma referência moral melhor, escolheu como paradigma". Admite que o PT cometeu erro gravíssimo: "embarcar no caixa dois".
"Para praticar esse caixa dois, nos associamos a pessoas que tinham péssimos antecedentes, que vinham realizando essas práticas com outros partidos no passado. Foi uma promiscuidade realmente gravíssima. O PT já deu explicações e deve explicações à sociedade."
Segundo Garcia, o procurador-geral "está equivocado" na denúncia que apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) porque teria assumido uma "versão" sem embasamento jurídico. O assessor afirma que é "especulação" a tese do procurador-geral de que houve formação de quadrilha da antiga cúpula do PT para se perpetuar no poder.

Programa da reeleição
Garcia nega que já esteja decidido que ele será o coordenador do programa de governo, mas a Folha apurou que ele já recebeu orientação de Lula para assumir essa tarefa.
Ele também nega que Palocci já esteja participando da elaboração do programa de governo da reeleição, mas diz que ele poderá integrar a campanha. "É uma pessoa com experiência política e técnica que será muito bem-vinda."
Garcia diz que uma nova "Carta ao Povo Brasileiro", com apelo mais social, como cobram os movimentos sociais, será feita a depender da "estratégia da campanha". Afirma que a "Carta" de 2002 foi necessidade "tática", devido à desconfiança dos mercados em relação a Lula, mas que "expressou conjunto de idéias que foi implementado depois".
Os principais pontos que constarão no novo programa serão, segundo as palavras de Garcia: crescimento econômico mais acelerado, maior distribuição de renda, manutenção do controle da inflação, continuar a reduzir a vulnerabilidade externa, novas reformas institucionais, melhorar relacionamento com movimentos sociais, aprofundar a atual política externa e fazer da educação "uma meta-síntese", com grande investimento de dinheiro na área.


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