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Para assessor de
Lula, mensalão
não se sustenta
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Virtual coordenador do programa de governo da campanha à reeleição de Luiz Inácio
Lula da Silva, o assessor especial do presidente Marco Aurélio Garcia diz que o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, "está
equivocado" ao dizer que o
mensalão existiu.
Garcia afirma que Lula apresentará programa de governo
"sintético", enumerando realizações que permitiriam uma
"mudança de qualidade no segundo mandato".
Dizendo que desqualifica o
"conceito de mensalão", Garcia
afirma que ele foi "uma invenção do Roberto Jefferson que
uma parte da elite brasileira, na
falta de uma referência moral
melhor, escolheu como paradigma". Admite que o PT cometeu erro gravíssimo: "embarcar no caixa dois".
"Para praticar esse caixa dois,
nos associamos a pessoas que
tinham péssimos antecedentes,
que vinham realizando essas
práticas com outros partidos
no passado. Foi uma promiscuidade realmente gravíssima.
O PT já deu explicações e deve
explicações à sociedade."
Segundo Garcia, o procurador-geral "está equivocado" na
denúncia que apresentou ao
STF (Supremo Tribunal Federal) porque teria assumido
uma "versão" sem embasamento jurídico. O assessor afirma que é "especulação" a tese
do procurador-geral de que
houve formação de quadrilha
da antiga cúpula do PT para se
perpetuar no poder.
Programa da reeleição
Garcia nega que já esteja decidido que ele será o coordenador do programa de governo,
mas a Folha apurou que ele já
recebeu orientação de Lula para assumir essa tarefa.
Ele também nega que Palocci
já esteja participando da elaboração do programa de governo
da reeleição, mas diz que ele
poderá integrar a campanha.
"É uma pessoa com experiência política e técnica que será
muito bem-vinda."
Garcia diz que uma nova
"Carta ao Povo Brasileiro",
com apelo mais social, como
cobram os movimentos sociais, será feita a depender da
"estratégia da campanha".
Afirma que a "Carta" de 2002
foi necessidade "tática", devido
à desconfiança dos mercados
em relação a Lula, mas que "expressou conjunto de idéias que
foi implementado depois".
Os principais pontos que
constarão no novo programa
serão, segundo as palavras de
Garcia: crescimento econômico mais acelerado, maior distribuição de renda, manutenção
do controle da inflação, continuar a reduzir a vulnerabilidade externa, novas reformas institucionais, melhorar relacionamento com movimentos sociais, aprofundar a atual política externa e fazer da educação
"uma meta-síntese", com grande investimento de dinheiro na
área.
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